Categoria Policia  Noticia Atualizada em 04-04-2008

Peça produzida por Tássia Camargo vira caso de polícia
Segundo atriz, assessora jurídica teria dado um prejuízo de R$ 600 mil
Peça produzida por Tássia Camargo vira caso de polícia
Foto: Divulgação / Divulgação

Acabou virando caso de polícia a peça "O Baile", escrita pelo francês Jean-Claude Penchenat e que inspirou um filme do italiano Ettore Scola. A atriz e produtora do musical, Tássia Camargo, apresentou notícia-crime na 16ª DP (Barra da Tijuca) contra a ex-assessora jurídica do espetáculo, Nitieska Kogake, alegando que ela não repassou a bilheteria da temporada.

A advogado de Nitieska nega qualquer desvio e diz que, ao assumir o controle das finanças, sua cliente encontrara uma peça deficitária, o que causou o prejuízo. Além disto, ele afirma que Tássia conhecia toda a movimentação financeira, porque assinava os cheques que eram descontados por Nitieska.

Há troca de acusações dos dois lados. A advogada de Tássia Camargo, Tomomi Sagae, acusa Nitieska de se utilizar de um sobrenome falso, além de se apresentar como representante legal da Molise Produções, empresa de Tássia.

"Ela assinou papéis como representante da empresa sem autorização para isso, além de ter se apresentado como funcionária do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), e ter pedido R$ 4 mil para essa entidade. Esse dinheiro não foi entregue ao Ecad, e ela não possui nenhum registro lá," disse Tomomi.

Em nota, a assessoria do Ecad informou que a Nitieska Kogake "não trabalha e nunca trabalhou na instituição".

Prejuízo pode ter chegado à R$ 600 mil
Entre dívidas e encargos, a estimativa é a de que a produção de "O Baile" tenha gerado um rombo de R$ 600 mil. Com isso, o elenco ficou sem receber salários.

A produtora Tássia Camargo declarou que só conseguiu verba para terminar a peça em março com a ajuda dos patrocinadores. "Infelizmente confiei nela e acabei levando um prejuízo de R$ 600 mil. Agora estou fazendo vários empréstimos para conseguir me livrar das dívidas. A peça poderia ter ficado sete anos em cartaz e acabou não durando nem um ano," calcula.

A atriz Cláudia Mauro, que integrou o elenco da peça, lamenta o fato desagradável. "O Baile" é um espetáculo brilhante, fez uma magnífica temporada com a casa lotada no Rio e em São Paulo, esse fato só prejudicou a imagem da peça. Não queria que o desfecho dessa história fosse parar nas páginas policiais," lamenta.

Defesa
Nitieska Kogake prestou depoimento no último dia 11, na 16º DP (Barra). Segundo o delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, a ex-assessora afirmou que tudo não passou de um mal entendido.

O advogado de Nitieska, Alexandre Lopes, afirmou que as acusações da atriz Tássia Camargo são infundadas. Ele explica que Nitieska não usou sobrenome falso. A divergência se dá porque um nome é de solteira e o outro, de casada.

Lopes afirma ainda que a ex-assessora nunca se declarou funcionária do Ecad, seu ex-marido que trabalharia no escritório. O mal entendido teria sido criado porque Tássia teria sido apresentada a Nitieska por um advogado de direitos autorais.

O advogado acredita que a queixa policial esconde um fracasso teatral. " A peça era deficitária, desde antes da Nitieska ser contratada," declara.

Peça produzida por Tássia Camargo vira caso de polícia
Segundo atriz, assessora jurídica teria dado um prejuízo de R$ 600 mil.
Já advogado da assessora alega que "a megaprodução" era deficitária.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir