Categoria Policia  Noticia Atualizada em 09-04-2008

Funcionários de supermercado vão à polícia esclarecer vídeo
Segundo assessoria da empresa, eles foram chamados para tirar dúvidas sobre vídeo.
Funcionários de supermercado vão à polícia esclarecer vídeo
Foto: Silvia Ribeiro/G1

Durante aproximadamente três horas, dois funcionários de um supermercado prestaram esclarecimentos à Polícia Civil no inquérito que investiga a morte da menina Isabella Nardoni. Os funcionários - da segurança e administração da loja -conversaram com o delegado Calixto Calil Filho sobre a passagem da família no local horas antes da morte da criança na noite de 29 de março.

O vídeo do circuito interno da loja divulgado nesta terça-feira (8) mostra que Alexandre Nardoni usava roupas semelhantes antes e depois da morte da filha. As imagens mostram também a menina, seus dois irmãos menores, seu pai e a madrasta, Anna Carolina Jatobá circulando pela loja tranqüilamente.

Para falar sobre a seqüência de imagens que registram a passagem da família pelo local, os funcionários foram à delegacia acompanhados de um advogado e de um assessor de imprensa da rede Wal-Mart. Os funcionários chegaram ao 9º Distrito Policial, na Zona Norte de São Paulo, por volta das 15h.

Compareceram ao local um encarregado da loja e um responsável pela área de segurança do Sam"s Club de Guarulhos, na Grande São Paulo. O grupo deixou o local por volta das 18h sem dar detalhes da conversa com a polícia.

Perícias
Por volta das 16h desta terça-feira também chegaram à delegacia três peritas criminais do Instituto de Criminalística (IC). Rosângela Monteiro, que integra a equipe, afirmou que o grupo retornará ao prédio da Zona Norte, onde Isabella morreu, quantas vezes forem necessárias.

"É um exame que exige acuidade. Pode ser que a gente retorne ao local hoje, pode ser que retorne amanhã, até que todas as dúvidas sejam dirimidas. Enquanto nós tivermos dúvidas a respeito do caso, nós vamos voltar", disse ela, que permaneceu cerca de 20 minutos na delegacia.

Ao chegar ao prédio, as peritas entraram com o carro da polícia científica pela garagem e, até as 16h55, ainda não haviam saído do local.

Também no final desta tarde, um dos advogados do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Ricardo Martins, chegou ao 77º Distrito Policial, em Santa Cecília, para conversar com o pai de Isabella. Ele não quis falar com a imprensa.

Novos depoimentos
Também nesta terça-feira, o promotor criminal Francisco José Taddei Cembranelli informou, após reunião com os investigadores que trabalham no caso da morte da menina Isabella Nardoni, que novos depoimentos estão agendados. Entre eles, os de parentes da criança morta no dia 29 de março ao ser jogada do 6º andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo. Cembranelli disse que ouviu do delegado Calixto Calil Filho informações sobre a perícia que serão divulgadas "quando possível".

Ele não adiantou os resultados preliminares e afirmou que prefere aguardar a manifestação oficial do Instituto de Criminalística (IC). De acordo com o promotor, as investigações não têm prazo para serem concluídas, mas avaliou que a apuração caminha "em ritmo bom".

Em entrevista coletiva na sexta-feira (4), Cembranelli havia estimado que o inquérito poderia ser concluído em menos de 30 dias. Ele voltou a pedir calma e cautela à sociedade quanto à expectativa para que se descubra logo o que houve com Isabella. "Não há necessidade de termos essa ansiedade sobre o que aconteceu ou deixou de acontecer." Ele não informou quais depoimentos seriam tomados ao longo do dia.

Segundo Cembrabelli também não há data prevista para que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, prestem novo depoimento. Desde o dia 3, os dois estão presos temporariamente por suspeita de envolvimento no caso.

Imagens
Quanto às imagens divulgadas à imprensa da família passeando horas antes do crime em um supermercado de Guarulhos, na Grande São Paulo, o promotor não quis comentar. Disse apenas que aguarda um laudo da perícia.

A polícia investiga se Alexandre Nardoni teria trocado de roupa após a morte da filha e também se camisas encontradas no apartamento da irmã dele, que fica no mesmo prédio, seriam dele. Em entrevista na segunda-feira (7), Cristiane Nardoni, irmã de Alexandre, afirmou que as roupas seriam de um pedreiro que trabalhou na reforma do imóvel. Cembranelli disse que a informação será investigada e que "nenhuma porta será fechada".

Questionado se a polícia apura a participação de um terceiro suspeito da morte de Isabella, o promotor afirmou que nenhuma possibilidade é descartada nesse momento. "Estamos abertos a todas as linhas de investigação. Não existe convicção formada sobre uma terceira pessoa". Por volta das 13h20, dois advogados do pai e da madrasta de Isabella estiveram na delegacia, permaneceram por 20 minutos e evitaram a imprensa na saída.

Sigilo
Durante a entrevista na porta da delegacia, Cembranelli comentou sobre a suspensão pela Justiça do sigilo das investigações. Ele justificou que, em sua primeira entrevista coletiva na semana passada, mencionou apenas "questões de domínio público". "Isso não tem muita relevância dentro do propósito do Ministério Público, que é esclarecer a verdade sobre a morte de Isabella".

O promotor classificou como um procedimento comum a autorização da Justiça da quebra do sigilo telefônico do casal preso.

Funcionários de supermercado vão à polícia esclarecer vídeo com Isabella
Segundo assessoria da empresa, eles foram chamados para tirar dúvidas sobre vídeo.
Imagens mostram Isabella com o pai, a madrasta e os irmãos horas antes da morte.


Fonte: Silvia Ribeiro

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir