Categoria Policia  Noticia Atualizada em 16-04-2008

Advogada pede exame de sanidade de doméstica
Defesa também quer verificar o coeficiente de inteligência (QI) de Vanice Novaes.
Advogada pede exame de sanidade de doméstica
Foto: Mantovani Fernandes/O Popular/AE

A advogada Rosângela Borges de Freitas Vieira protocolou, nesta terça-feira (15), o pedido de sanidade mental para a doméstica Vanice Maria Novaes, acusada de torturar uma menina de 12 anos em Goiânia.

Na defesa prévia, apresentada na 7ª Vara Criminal de Goiânia, a advogada também requereu a quebra do sigilo telefônico celular e fixo da empresária Sílvia Calabresi, também acusada de torturar a menina de 12 anos.

A advogada da doméstica alega que é necessária a quebra do sigilo telefônico da empresária para comprovar que, ao contrário do que Sílvia alegou, era ela, e não Vanice, quem ligava freqüentemente para sua residência a fim de perguntar à doméstica se estava cumprindo suas "ordens" no sentido de castigar a menina.

Segundo informações do Tribunal de Justiça (TJ) de Goiás, o juiz José Carlos Duarte já recebeu as petições de defesa prévia de Sílvia e de seu marido e filho, Marco Antônio Calabresi e Thiago Calabresi Lima. No processo já consta a defesa de Joana D"Arc, que deverá se manifestar até quinta-feira (17).

Inteligência
De acordo com o TJ, a defesa da doméstica pretende verificar a sanidade mental e seu coeficiente de inteligência (QI), com o objetivo de avaliar a capacidade dela em "resistir a ordens".

Depoimento
A Polícia Federal ouviu, nesta segunda-feira (14), o depoimento do marido da empresária no inquérito que investiga se as seis meninas que moraram na residência do casal, em épocas diferentes, eram submetidas a trabalho escravo. O filho do casal também foi ouvido.

Outras 25 pessoas já prestaram depoimento nesse inquérito. Sílvia Calabresi está presa desde março deste ano, acusada de torturar uma menina de 12 anos que morava em sua casa desde 2006.

Segundo as investigações, além de sofrer maus-tratos, a menina também era obrigada a realizar trabalhos domésticos. A empresária e a empregada dela, suspeita de ajudar nas práticas de tortura, também devem ser ouvidas pela PF.

Interrogatório
Na quinta-feira (10), Sílvia e outros acusados de envolvimento no caso foram ouvidos pela Justiça. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça, ao juiz, ela disse que era bastante "enérgica" com a menina de 12 anos e acreditava que estava educando e não torturando.

O TJ informou ainda que a empregada da empresária, Vanice Maria Novaes, negou a prática dos crimes e que sabia das agressões de Sílvia contra a menina. Ela disse que a empresária controlava a alimentação da menina, de modo que "se tomasse café, não almoçava; se almoçasse, não jantava".

A doméstica admitiu ter segurado as pernas da menina enquanto a empresária a sufocava com um saco plástico. Ela justificou sua atitude dizendo que Sílvia lhe fazia ameaças de morte.

Ainda segundo a assessoria de imprensa do TJ, Marco Antônio Calabresi Lima, Thiago Calabresi Lima e Joana D"Arc da Silva se valeram do direito constitucional de permanecerem em silêncio.

Advogada pede exame de sanidade de doméstica acusada de tortura
Defesa também quer verificar o coeficiente de inteligência (QI) de Vanice Novaes.
Ela e Sílvia Calabresi são acusadas de torturar menina de 12 anos em Goiânia.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir