Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-04-2008

Advogado diz que Cabrini foi vítima de cilada de uma fonte.
Para Alberto Zacharias Toron, mulher teria criado suposto flagrante.
Advogado diz que Cabrini foi vítima de cilada de uma fonte.
Foto: Lawrence Bodnar/Diário de SP/Ag. O Globo

O advogado do repórter Roberto Cabrini Alberto Zacharias Toron disse na noite desta quarta-feira (16) que o jornalista foi vítima de uma cilada armada por uma fonte. Cabrini, repórter da Rede Record, foi detido por policiais civis na noite de terça-feira (15) na região do 100º DP, no Jardim Herculano, na Zona Sul da capital paulista, com oito gramas de cocaína, divididos em dez papelotes.

"Era uma fonte dele. Ele desenvolvia um trabalho de natureza investigativa. Ela marcou, depois foram para outro local. Mal chegaram nesse outro local, os policiais já vieram e encontraram os papelotes. Do lado dela, diga-se de passagem", afirmou, referindo-se à mulher que foi detida junto com Cabrini e, depois de ouvida na delegacia, acabou liberada.

Segundo Toron, a fonte teria ligação com a quadrilha que age a partir dos presídios de São Paulo. No passado, essa mesma mulher teria chantageado e ameaçado o jornalista. Cabrini, ainda de acordo com Toron, teria mantido o relacionamento porque a mulher teria prometeu enviar um material "a respeito do trabalho que ele desenvolvia".

O advogado diz que "existe algo estranho" no fato de a mulher ter sido libertada logo após ser ouvida na delegacia. "Curiosamente, esta mulher, que tem antecedentes, foi colocada em liberdade, sem maiores constrangimentos, e foi ouvida como testemunha. Eu acho que existe aí algo estranho que precisa ser apurado."

Para Toron, a droga encontrada no carro de Cabrini teria sido colocada no veículo para incriminá-lo, provavelmente pela mulher.

Petição
O advogado informou que entrou na tarde desta quarta, às 15h, com uma petição junto ao juiz corregedor da Polícia Judiciária de São Paulo pedindo o relaxamento do flagrante do jornalista. "Nós entendemos que esse flagrante é forjado". Caso a Justiça não veja dessa forma, segundo o advogado, será pedido que se conceda liberdade provisória. O advogado falou ainda que deve ter resposta da petição nesta quinta (17).

Cabrini foi repórter na Rede Globo em diversos períodos, o último deles encerrado em 2001. Depois, passou pelo SBT e pela TV Bandeirantes.

Prisão
O boletim de ocorrência registra que policiais que investigavam uma denúncia de tráfico de drogas na periferia da Zona Sul suspeitaram do carro em que estava o jornalista.

Quando parou no estacionamento de uma padaria, Cabrini foi abordado. Exames feitos no Instituto Médico-Legal (IML) confirmaram que os papelotes tinham mesmo cocaína. A mulher que estava com o jornalista carregava um pen-drive, um dispositivo de memória de computador que continha imagens comprometedoras do repórter. Segundo a polícia, o jornalista não quis ver as imagens na delegacia, nem se pronunciar sobre elas.

Aos policiais, Cabrini negou ser usuário de cocaína e disse que estava trabalhando numa reportagem. Em nota, a Rede Record afirmou que a área de jornalismo da empresa tinha o registro interno de que Roberto Cabrini estava desenvolvendo uma reportagem de caráter investigativo.

Por negar ser usuário de cocaína, Cabrini foi autuado em flagrante por tráfico de drogas. Ele está no 13º DP, na Casa Verde, delegacia onde há celas para presos com curso superior. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo declarou, em nota, que acredita na inocência do repórter e que a detenção dele foi um equívoco.

Advogado diz que Cabrini foi vítima de cilada de uma fonte.
Para Alberto Zacharias Toron, mulher teria criado suposto flagrante.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir