Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-04-2008

PAPO RÁPIDO: Silvio Essinger relembra a mistureba anos 90.
Autor lança almanaque da década que lançou Nirvana e que marcou o início da revolução tecnológica
PAPO RÁPIDO: Silvio Essinger relembra a mistureba anos 90.
Foto:Reprodução/Reprodução

Se os anos 60 foram marcados por protestos; os 70 pela psicodelia e os 80 são vistos como ‘década perdida’, o que ficou dos anos 90? Uma grande mistura, segundo Silvio Essinger, autor do "Almanaque dos Anos 90", recém-lançado pela Ediouro. Em cerca de 300 páginas, ele recupera lembranças e curiosidades daquela década, marcada pelo início da revolução tecnológica e também pela exaltação do brega, sem pudor.

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EGO: A década de 90 é uma época renegada?
Silvio Essinger: Acho que ainda não tinham parado para analisá-la, o que foi uma vantagem para mim, que me dispus a fazer isso. Foi uma década estimulante, de muita expressão, mudança, diversão, tragédias e transformações no Brasil e no mundo. Achei que já tínhamos um distanciamento de tempo para fazer isso. O começo dos anos parece pré-histórico, a gente ouvia discos de vinil ainda. Em 1999 eu já estava baixando música no Napster. Nesse distanciamento você vê coisas muito velhas e outras que parecem novas, que profetizaram o que tomaria fôlego nos anos 2000.

EGO: Musicalmente, o Brasil vivia um momento muito diferente do resto do mundo?
Silvio Essinger: Até hoje a música que mais se consome no Brasil é nacional. Nos anos 90 começou o acesso mais fácil ao que se produzia lá fora. A mistura acabou se tornando natural. É a época em que caem as barreiras que definem o que é MPB, pop ou rock. Raimundos, por exemplo, o que é aquilo? Eles têm elementos de hard core e punk, Ramones e Ratos do Porão, mas também têm sanfona.

EGO: Foi uma década de sucessos descartáveis?
Silvio Essinger: Toda década tem seus descartáveis, mas acho que a celebração disso aconteceu nos anos 90, que alimentou uma verdadeira máquina. Foi também quando aconteceu o reconhecimento do brega como uma coisa bacana. As pessoas perderam a vergonha e aprenderam a se divertir.

EGO: Qual foi a grande marca dos anos 90?
Silvio Essinger: No comportamento acho que foi a mistura, a possibilidade de transitar por todos os meios em busca de identidade, o híbrido, o modo de se misturar diferentes personalidades, o que vale para a moda também. Acho que foi o momento em que se perdeu o pudor, deixou-se de diferenciar ‘alta cultura’ e ‘baixa cultura’. E isso no mundo todo. Também foi a época da evolução tecnológica, pela velocidade com que a máquina se desenvolveu. Tudo alimentando uma indústria que traz cada vez mais informações para o chamado homem comum e acho que a cultura das celebridades, de certa forma, é derivada disso.

PAPO RÁPIDO: Silvio Essinger relembra a mistureba anos 90.
Autor lança almanaque da década que lançou Nirvana e que marcou o início da revolução tecnológica.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir