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Em Gana, Amorim e Lula se contradizem sobre contrato

Ministro n�o descarta um reajuste nos valores pagos ao pa�s pela energia de Itaipu.
Em Gana, Amorim e Lula se contradizem sobre contrato

Foto: Valter Campanato/Ag�ncia Brasil

O ministro das Rela��es Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (21) em Acra, capital de Gana, que n�o est� descartado um eventual reajuste dos valores pagos ao Paraguai pela energia a que o pa�s vizinho tem direito mas n�o usa. O reajuste � um dos principais objetivos do novo presidente eleito do pa�s vizinho, Fernando Lugo.

De acordo com o ministro das Rela��es Exteriores, Celso Amorim, isso j� foi feito no passado, por defasagem de pre�os, e poder� se repetir, segundo informa��es da Ag�ncia Brasil.

"Vamos continuar discutindo com o Paraguai normalmente como ele pode obter uma remunera��o adequada para sua energia. Isso � justo", disse Amorim em Acra, onde participa de atividades da 12� Confer�ncia das Na��es Unidas para o Com�rcio e o Desenvolvimento (Unctad). O tratado de Itaipu prev� que o excedente de um dos s�cios deve ser vendido ao outro pelo pre�o de custo.

Questionado se o pa�s faria isso, mesmo em detrimento de interesses nacionais, Amorim afirmou que o mais importante � a harmonia entre os pa�ses da regi�o. Ele frisou, no entanto, que o Brasil n�o ceder� a chantagens. "Mas tamb�m n�o creio que v� haver isso. Vai haver uma atitude normal de conversa, de encontrar solu��es para um pa�s com o qual temos uma rela��o muito pr�xima".

Disson�ncia
Mais cedo, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou que n�o vai renegociar o contrato de fornecimento de energia da usina hidrel�trica de Itaipu com o Paraguai. "N�s temos um tratado, e o tratado vai se manter", declarou Lula, durante entrevista coletiva a jornalistas em Gana.

Ap�s ser eleito na noite do �ltimo domingo (20), Fernando Lugo j� anunciou que pretende "discutir Itaipu ao m�ximo". Ele j� afirmou anterior mente que os US$ 300 milh�es pagos pelo Brasil anualmente s�o irris�rios quando na realidade deveria pagar entre US$ 1,5 a 2 bilh�es, a pre�o de mercado.

Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, disse que o contrato fechado com o governo paraguaio para a venda de energia de Itaipu para o Brasil � um exemplo de parceria internacional e n�o comporta modifica��es.

"Cada pa�s tem sua autonomia, sua independ�ncia, sua soberania. Mas, quanto ao contrato, posso dizer que n�o comporta modifica��o, que foi muito bem feito e est� dando os melhores resultados para o Brasil, mas tamb�m para o Paraguai", afirmou Lob�o.

Nova equipe
Nesta segunda, um dia depois de eleito presidente do Paraguai, Fernando Lugo disse que vai criar um equipe t�cnica para discutir "um pre�o justo" para a energia de Itaipu que o Brasil compra do Paraguai, de acordo com informa��es da BBC. Lugo tamb�m disse que espera abrir uma "mesa de di�logo de t�cnicos" com o Brasil o "mais r�pido poss�vel".

"As primeiras medidas s�o as de formar um equipe t�cnica. Assim como conversamos com o presidente Lula, e ele mostrava sua disposi��o, independente das posturas diversas confrontadas", disse Lugo.

Questionado sobre o que faria se n�o houvesse entendimento com o governo brasileiro, Lugo levantou a possibilidade de convidar um terceiro pa�s da regi�o para atuar como mediador.

Na entrevista a jornalistas brasileiros nesta segunda-feira, Lugo procurou adotar um discurso moderado e disse que n�o recorrer� a nenhum tribunal internacional at� "esgotar" a negocia��o com o Brasil.

Amorim
O ministro das Rela��es Exteriores defendeu ainda uma ajuda brasileira ao parceiro do Mercosul e citou como exemplo as tratativas para constru��o de uma linha de transmiss�o de Itaiupu a Assun��o, de forma a permitir maior acesso dos paraguaios aos 50% da energia de Itaipu a que t�m direito por contrato.

"E um absurdo que o Paraguai sendo s�cio da maior hidrel�trica do mundo, a anergia em Assun��o seja ruim, nao d� para ter uma ind�stria baseada em energia. Ent�o vamos ajud�-lo a fazer linhas de transmiss�o importantes, quem sabe com isso podem at� ter uma ind�stria intensiva de energia. Esse � o bom caminho para o Paraguai. � nossa responsabilidade ajudar os pa�ses mais pobres da nossa regi�o".

Acordo
O Tratado de Itaipu formalizou a sociedade entre Brasil e Paraguai com a inaugura��o da usina hidrel�trica em novembro de 1982. Pelo acordo, os dois pa�ses dividem igualmente a energia produzida, mas o Paraguai, que s� consome 5% da energia recebida, � obrigado a vender ao Brasil os outros 95% restantes da sua cota.

Ano passado, o Brasil pagou US$ 307 milh�es pela energia paraguaia de Itaipu, mas Fernando Lugo chegou a falar, durante a campanha eleitoral, em um valor anual "justo" em torno de US$ 2 bilh�es.

Com informa��es da Ag�ncia Estado

Em Gana, Amorim e Lula se contradizem sobre contrato com Paraguai
Ministro n�o descarta um reajuste nos valores pagos ao pa�s pela energia de Itaipu.
Mais cedo, Lula disse que n�o aceitar� renegocia��es do contrato.

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Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir