Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-04-2008

Isabella teria morrido mesmo sem queda, afirma laudo do IML
Processo de asfixia, entre esganadura e perda de consci�ncia, durou sete minutos
Isabella teria morrido mesmo sem queda, afirma laudo do IML
Foto: Reprodu��o/ Tv Globo

O laudo do Instituto M�dico-Legal (IML) sobre o caso Isabella Nardoni, obtido pelo "Jornal Nacional", revela que a menina teria morrido mesmo se n�o tivesse sido atirada da janela do pr�dio no Carandiru, na Zona Norte de S�o Paulo. O documento que foi entregue � Pol�cia Civil e ao Minist�rio P�blico traz conclus�es importantes sobre a causa da morte da menina e sobre os momentos que antecederam o assassinato.

Os tr�s m�dicos-legistas que examinaram o corpo de Isabella adiaram em uma semana a entrega do laudo. Eles estudaram, consultaram outros especialistas e finalmente chegaram a um consenso. A causa da morte foi asfixia seguida de politraumatismo. Os legistas conclu�ram que, mesmo antes de ser jogada, Isabella estava condenada � morte pela esganadura que havia sofrido.

Pelo relato dos legistas, � poss�vel concluir que a menina foi esganada dentro do apartamento. O principal ind�cio disso � o fato de que, quando bateu no gramado, a menina ainda estava viva. Isso indica que a asfixia aconteceu minutos antes. Segundo os legistas, se o intervalo entre a esganadura e a queda fosse maior, ela j� teria chegado morta ao solo.

Sete minutos
Todo o processo de asfixia, de acordo com os legistas, durou cerca de sete minutos. O agressor apertou o pesco�o de Isabella por cerca de tr�s minutos. Com dificuldade pra respirar, ela desmaiou. Ela podia ter se recuperado com massagem card�aca e respira��o boca a boca. Mas, sem socorro, Isabella piorou. Press�o e batimentos card�acos diminu�ram vertiginosamente. Nesse momento, � poss�vel que a menina tenha sofrido uma convuls�o. Havia secre��es no nariz e nos pulm�es dela.

Quando foi esganada, Isabella estava mais baixa do que o agressor - � o que demonstram as marcas das m�os deixadas no pesco�o dela. A menina tinha um corte acima do olho esquerdo, de meio cent�metro de comprimento e quatro mil�metros de profundidade. O ferimento foi provocado por objetos como uma chave ou a ponta de um anel.

H� ind�cios que refor�am a convic��o de que Isabella foi asfixiada na sala: a quantidade de sangue encontrada perto do sof� demonstra que a menina ficou parada ali. E o rastro de gotas de sangue, mais intenso na entrada, diminui no caminho para o quarto, o que indica que a menina j� estava desmaiada quando foi levada na dire��o da janela.

Ferimento no carro?
A coagula��o do sangue no ferimento que Isabella tinha na testa demonstra que ela foi machucada pelo menos dez minutos antes de ser jogada. Essa informa��o coincide com o laudo da per�cia, que encontrou sangue da menina no carro da fam�lia. Isso sugere que ela foi ferida antes de subir para o apartamento. A quantidade de sangue na entrada da casa demonstra que ela chegou ferida, mas consciente.

A menina tinha ferimentos internos na boca e um corte na l�ngua, provocados pela press�o dos l�bios contra os dentes. Trata-se de uma poss�vel tentativa de calar a crian�a. O impacto do corpo contra o solo, de uma altura de vinte metros e a uma velocidade de 78 km/h, provocou hemorragia interna e fratura no pulso.

Os m�dicos n�o conseguiram descobrir se a fratura na bacia foi consequ�ncia da queda. Existe a possibilidade de que, antes de ser atirada pela janela, Isabella tenha sido jogada violentamente contra o ch�o.

Doze minutos
Nesta segunda, uma empresa de bloqueio via sat�lite informou �s autoridades que comandam as investiga��es que o motor do carro de Alexandre Nardoni foi desligado �s 23h36 de 29 de mar�o. A partir dessa informa��o, foi poss�vel calcular um intervalo de 12 minutos entre a chegada do casal ao pr�dio e a primeira chamada por socorro registrada pelo Resgate.

Isabela teria morrido mesmo sem queda, afirma laudo do IML. Processo de asfixia, entre esganadura e perda de consci�ncia, durou sete minutos.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Felipe Campos    |      Imprimir