Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 23-04-2008

Dualib afirma: Provarei a minha inocência
Pouco antes do interrogatório, ex-presidente do Timão diz por telefone que não é culpado
Dualib afirma: Provarei a minha inocência
Foto: Agencia

O ex-presidente do Corinthians Alberto Dualib será interrogado na tarde desta quarta-feira na 15ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital, em processo em que acusado de formação de quadrilha e estelionato juntamente com outros três ex-integrantes da direção do clube e um empresário.

Em entrevista por telefone ao G1, momentos antes do interrogatório, Dualib negou irregularidades durante sua administração no Corinthians.

- Eu não via a hora de acontecer essa audiência, onde eu faço questão de provar a minha inocência e a injustiça dessas acusações que me fazem. De modo geral, todos aqueles que militam no esporte e tiveram negócios com o Corinthians são testemunhas do que eu estou falando - afirmou.

O ex-dirigente do clube não deu, contudo, detalhes de como pretende se defender das acusações do Ministério Público de São Paulo (MP). Para isso, Dualib alegou que o processo corre em segredo de Justiça.

Denúncia
A denúncia, encaminhada à Justiça no dia 28 de fevereiro, foi aceita pelo juiz Marcelo Semer. De acordo com a denúncia, assinada por quatro promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, os suspeitos teriam desviado do Corinthians R$ 1.433.333,00 (conforme notas fiscais frias, citadas em relatório da polícia) até R$ 5,4 milhões (valor estimado pelo MP com base no relato de testemunhas).

A denúncia baseia-se em inquérito do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) que concluiu que o valor corresponde a notas fiscais frias emitidas por quatro empresas prestadoras de serviço que, no entanto, não teriam executado os trabalhos para o clube. As empresas suspeitas, apontadas na denúncia, são consultorias de contabilidade e informática.

As notas, emitidas entre janeiro de 2001 e janeiro de 2007, foram apreendidas pela polícia nas empresas citadas no inquérito. Ao todo, foram emitidas 264 notas fiscais, com valores que variam entre R$ 1,2 mil e R$ 14,5 mil.

Os promotores também consideraram notas fiscais que, embora não apreendidas, foram descobertas a partir da análise de lançamentos em fichas financeiras do Sport Club Corinthians Paulista. "A despreocupação da quadrilha era tamanha e todos estavam tão seguros da absoluta impunidade, que, embora as empresas fossem diversas, com finalidades diferentes, as grafias lançadas no corpo das notas fiscais provinham, sempre, de um mesmo punho", afirmam os promotores na denúncia, citando laudo pericial.

De acordo com as investigações, o dinheiro era dividido proporcionalmente entre os suspeitos. Os valores, diz a denúncia, seriam justificados por meio de salários, vantagens pessoais ou serviços de assessoria que nunca se realizaram.

Os promotores pedem que a Justiça condene os réus por cada uma das vezes em que são acusados de estelionato - ao todo, foram 264 notas fiscais com suspeita de irregularidades.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir