Categoria Policia  Noticia Atualizada em 23-04-2008

Tia de Isabella é a primeira a depor
Depoimentos foram adiados duas vezes e são considerados "imprescindíveis". O avô da menina, Antonio Nardoni, deve ser ouvido em seguida.
Tia de Isabella é a primeira a depor
Foto: José Luiz da Conceição/AE

O avô e a tia de Isabella, Antonio e Cristiane Nardoni, chegaram ao 9º Distrito Policial, no Carandiru, Zona Norte de São Paulo, por volta das 16h20 desta quarta-feira (23). O depoimento de Cristiane foi o primeiro a começar, por volta das 17h25.

Antes dos parentes de Alexandre, conversaram com a polícia dois moradores do Edifício London. O testemunho de vizinhos do casal foi indicado pela defesa. Eles deixaram a delegacia sem conversar com a imprensa.

As testemunhas prestam depoimentos no inquérito que investiga a morte da menina. Ela morreu no dia 29 de março após ser espancada, asfixiada e jogada da janela do 6º andar do prédio onde moravam o pai e a madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.

A chegada de Antonio Nardoni e Cristiane ao local foi tumultuada e contou com o apoio de um segurança particular. Cerca de 30 curiosos aguardavam no local e receberam a dupla com gritos de "justiça" e de "assassino".

Na saída da casa da família, eles também foram alvos de xingamentos. Os dois saíram no carro de Antônio Nardoni, um Vectra com vidro com películas escurecedoras, que deixou a Rua Marinheiro de ré. Um cinegrafista chegou a registrar a imagem de Cristiane roendo as unhas dentro do veículo.

Esclarecimentos
Com os novos depoimentos, a polícia tentará esclarecer o que foi dito durante ligação feita pelo avô à tia da menina na noite em que Isabella morreu. Segundo testemunhas, a tia de Isabella teria dito algo que poderia comprometer seu irmão, Alexandre Nardoni. Cristiane nega. A polícia pediu a quebra do sigilo telefônico dela para saber o que foi dito.

Ligação
"Eu estava em um barzinho que tem música ao vivo comemorando o aniversário do meu noivo. Nisso eu recebi um telefonema do meu pai falando alguma coisa a respeito da Isabella. Só que eu não entendi o quê, você pode imaginar, porque com música ao vivo não dá para ouvir direito, quem freqüenta esses lugares sabe como é. Eu fui para o banheiro para retornar a ligação. Cheguei no banheiro, retornei a ligação e não consegui falar com ele porque o celular deu caixa postal", disse Cristiane em entrevista ao Jornal Hoje no dia 10 de abril.

A irmã de Alexandre Nardoni complementa: "liguei para minha cunhada e ela estava desesperada aos gritos, eu não entendia o que ela dizia exatamente que tinha acontecido com a Isabella".

Perguntada sobre o que disse exatamente no momento em que recebeu o telefonema, ela respondeu: "imagina, no momento do telefone, primeiro que eu não disse nada, porque eu não entendi. Assim que eu desliguei eu retornei e disse que aconteceu alguma coisa com a Isabella. Não sei se a Isabella caiu ou se jogaram a Isabella, não sei o que está acontecendo", completou.

Adiamento
Os depoimentos do pai e da tia de Isabella foram adiados duas vezes. A primeira previsão era de que ocorresse no sábado (19), um dia depois do depoimento de Alexandre e Anna Carolina. Entretanto, eles foram adiados após um acordo entre advogados de defesa e os delegados que conduzem as investigações.

O adiamento foi justificado pelo cansaço da família após os interrogatórios do pai e da madrasta menina. Eles enfrentaram protestos ao sair de casa em direção ao distrito, na manhã de sexta (18), e passaram o dia sendo ouvidos pela polícia.

Os depoimentos tinham sido remarcados para terça-feira (22). Foram novamente adiados, assim como a coletiva que iria apresentar o conteúdo dos laudos da perícia.

Laudos
Na noite de segunda-feira (21), laudo do IML sobre o caso Isabella Nardoni, obtido pelo Jornal Nacional revela que a menina teria morrido mesmo se não tivesse sido atirada da janela.

Na noite de sexta-feira, outros documentos obtidos com exlusividade pela TV Globo informam que havia sangue no carro da família na noite do crime e que as marcas de dedo no pescoço da criança eram compatíveis com as das mãos de Anna Carolina.

Tia de Isabella é a primeira a depor
Depoimentos foram adiados duas vezes e são considerados "imprescindíveis".
O avô da menina, Antonio Nardoni, deve ser ouvido em seguida.


Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir