Categoria Policia  Noticia Atualizada em 24-04-2008

PF combate organização suspeita de traficar mulheres
Até por volta das 12h desta quinta-feira, nove pessoas haviam sido presas. O grupo também é suspeito de fraudar concessão de empréstimos do BNDES
PF combate organização suspeita de traficar mulheres
Foto: Reprodução

A Polícia Federal em São Paulo realiza nesta quinta-feira (24) operação para desmantelar organização criminosa suspeita de praticar crimes de tráfico local e internacional de mulheres e explorar prostituição.

Segundo a PF, o grupo também participaria de fraudes em concessão de empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre os presos, está o advogado criminalista Ricardo Tosto, que teve entre seus clientes o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). Tosto faz parte do Conselho de Administração do banco, cujos integrantes são nomeados pelo presidente da República e indicados por ministros de Estado.

Procurada pelo G1, às 13h30, a assessoria de imprensa do advogado não se pronunciou, mas disse que integrantes do escritório de Tosto estão reunidos para se informar sobre a prisão do advogado.

A operação, chamada de Santa Teresa, acontece na capital e no interior de São Paulo. Os policiais cumprem 11 mandados de prisão temporária – até por volta das 12h desta quinta-feira, nove pessoas haviam sido presas – e 18 ordens de busca e apreensão para coletar provas. As buscas têm a finalidade de obter documentos e materiais que auxiliem nas investigações.

Prostíbulo
De acordo com as investigações, que tiveram início em dezembro de 2007, os suspeitos mantêm uma casa de prostituição na capital, que teria faturamento alto e traficaria mulheres no país e no exterior.

A Polícia Federal acredita que o prostíbulo se mantém em funcionamento porque seus proprietários oferecem vantagens ilícitas a autoridades e servidores públicos responsáveis pela fiscalização.

BNDES
Ao longo das investigações, os policiais apuraram a existência de um esquema de
desvio de verbas de financiamento do BNDES. A PF informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma quadrilha – composta por empresários, empreiteiros, advogados e servidores públicos – é suspeita de obter empréstimos do banco e desviar parte dos valores em benefício próprio.

A PF afirma ter provas de que, pelo menos, dois financiamentos concedidos pelo BNDES neste ano foram fraudados – um deles de R$ 130 milhões foi concedido a uma prefeitura do interior do estado e outro, de cerca de R$ 220 milhões, a uma grande empresa do ramo varejista.

As investigações apontam que cerca de 4% dos valores foram desviados de cada financiamento. Como os empréstimos são concedidos de forma parcelada, explica a PF, a cada parcela ocorreria um desvio.

O desfalque de dinheiro é justificado ao BNDES com a apresentação de notas fiscais falsas, de serviços de consultoria empresarial que não se realizaram. As investigações indicam também evidências de práticas de licitações fraudulentas em, pelo menos, duas prefeituras paulistas.

Até as 13h50 a assessoria do BNDES, informou que o banco ainda não havia sido informado oficialmente sobre as prisões.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir