Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-04-2008

Tremor de 5,2 graus na escala Richter atinge SP
Moradores de pr�dio na rua Ariapes, no Butant�, zona oeste de SP, aguardam na rua a chegada dos bombeiros
Tremor de 5,2 graus na escala Richter atinge SP
Foto: Ant�nio Gaud�rio/Folha Imagem

Um terremoto de 5,2 graus de magnitude na escala Richter atingiu diversas regi�es de S�o Paulo na noite desta ter�a-feira (22), e foi sentido em mais quatro Estados. O epicentro foi no mar, a 215 km da costa do Estado de S�o Paulo, segundo informa��o do Observat�rio de Sismologia da Universidade de Bras�lia (UnB). O fen�meno foi registrado �s 21h00min48 e durou tr�s segundos. O tremor foi um dos sete maiores em magnitude registrados por sism�grafos no pa�s, segundo o professor George Sand Fran�a, da UnB, novos tremores n�o est�o descartados nas pr�ximas horas.

N�o h� registro de feridos ou de ocorr�ncias graves, mas foram registradas rachaduras em edif�cios no bairro do Butant� e no Hospital Estadual da Vila Alpina, na zona leste da cidade de S�o Paulo.

Al�m da capital, moradores de v�rios locais do Estado de S�o Paulo, como a regi�o do ABC paulista, Baixada Santista e Campinas informaram ter sentido os tremores. Cidades mais distantes como Americana, a 120 km da capital, tamb�m sentiram o abalo. Moradores de Estados vizinhos afirmam ter sentido um leve tremor, como internautas de S�o Gon�alo e da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, relataram ao UOL. Reflexos do tremor tamb�m chegaram ao Paran�, Minas Gerais e em Santa Catarina.

O Centro de Gerenciamento de Emerg�ncias (CGE) de S�o Paulo confirmou que recebeu dezenas de liga��es de todas as zonas da capital com relatos do abalo.

Tremor foi um dos sete maiores registrados do Brasil
Segundo o professor George Sand Fran�a, o terremoto est� entre os sete maiores j� registrados no Brasil. No Estado de S�o Paulo, outra grande ocorr�ncia foi registrada em 1922, em Mogi-Gua�u (172 km da capital), com 5,1 graus na escala Richter (com a diferen�a de que naquela ocasi�o o epicentro foi no continente). "Mas esse de hoje foi o primeiro a ter um efeito maior em S�o Paulo, as pessoas reagiram de uma forma muito intensa", avalia o professor.

O maior terremoto documentado no pa�s, segundo Fran�a, ocorreu em 1955, em Porto dos Ga�chos, na Serra do Tombador (MT), e teve magnitude 6,6 na escala Richter.

O professor Fran�a afirmou que S�o Paulo fica em regi�o de fratura em placa tect�nica que j� tem uma atividade f�sica permanente. Ele foi sentido na metr�pole com maior intensidade devido ao grande n�mero de pr�dios altos.

"A capital de S�o Paulo amplifica os reflexos do tremor por estar em uma bacia sedimentar. � como se fosse uma base mole, ent�o a onda vem e a freq��ncia � sentida com mais intensidade", descreveu.

Segundo ele, a possibilidade de ocorrer outro tremor no per�odo p�s-abalo � m�nima, mas isso � algo "que n�o pode ser descartado". Em dezembro do ano passado, por exemplo, depois de um terremoto de 4,9 graus atingir a regi�o de Itacarambi (MG), e causar a primeira morte em decorr�ncia de terremotos no pa�s, cerca de 300 tremores foram registrados, "abalos bem menores que muitas vezes n�o s�o nem sentidos pelos moradores", explicou. O especialista disse ainda que geralmente, os abalos podem ser sentidos em um raio de cerca de 300 a 400 km. "Depois disso, perde intensidade".

O epicentro do terremoto desta ter�a fica na �rea de plataforma continental que vai do Esp�rito Santo at� o Rio Grande do Sul, segundo Fran�a. A estimativa de freq��ncia de abalos s�smicos nessa �rea seria de uma a cada 10 a 15 anos, mas, explica o especialista, a estimativa n�o � exata porque a medi��o instrumental come�ou somente no s�culo passado, um per�odo considerado historicamente curto para estudos precisos de freq��ncia.

"O principal � ter calma"
Fran�a recomenda: o importante em situa��es de tremor � que as pessoas n�o entrem em p�nico e saibam como agir. "O principal � ter calma."

Ele diz que no Cear�, onde os tremores s�o mais comuns, as pessoas n�o se assustam mais. "Elas saem de casa tranq�ilamente. Agora, se ocorre aqui, em Bras�lia, todo mundo vai ficar com medo", comparou.

"Os tremores s�o uma ocorr�ncia natural. A diferen�a � que hoje a gente tem mais recursos para registr�-los e as pessoas sentem mais", acrescentou.

Constru��o civil deve pensar em seguran�a
Na opini�o do professor, o Brasil precisa come�ar a pensar a constru��o civil levando em considera��o a seguran�a para o caso de terremotos, principalmente em lugares que s�o mais suscet�veis a abalos. Ele citou os munic�pios de Alc�ntaras (CE), Sobral (CE) e Jo�o C�mara (RN).

O professor tamb�m descartou a rela��o do tremor de terra com a explora��o de plataformas de petr�leo na regi�o. Segundo ele, os primeiros registros de tremores na regi�o da chamada plataforma continental s�o de 1955, antes da explora��o do petr�leo.

Segundo a geof�sica C�lia Fernandes explicou ao UOL em novembro de 2007 -quando outro tremor foi sentido em S�o Paulo-, em regi�es mais altas da cidade, como a avenida Paulista, � mais f�cil sentir abalos s�smicos, bem como em andares mais altos de edif�cios, pela maneira como as ondas do tremor se propagam.

Relatos
A produtora de moda Olivia Hanssen, 27, conta que estava em casa, a dois quarteir�es da avenida Paulista, em S�o Paulo, quando sentiu o tremor. "Estava deitada, com meu gato no colo, quando senti a cama tremer. O gato deu um pulo e ficou com o pelo arrepiado e o olhar fixo", conta.

Larissa Ricciardi, 35, que tamb�m mora na regi�o da Paulista, estava em casa quando sentiu a mesa em que trabalhava ao computador mexer. "Deu para perceber que n�o era um tremor comum, provocado por um caminh�o na rua, porque o lustre balan�ou e os m�veis mexeram", relata.

O marchand Clemente Hungria, 52, sentiu o tremor no bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista. "Tremeu bastante, chegou a dar enj�o", conta ele, que mora no d�cimo andar. "As janelas do apartamento fizeram barulho, mas n�o chegou a quebrar nada".

Na regi�o central da cidade, na rua Augusta, o professor da USP C�sar Azevedo, 42, conta que o tremor pareceu, a princ�pio, um �nibus que passava. "Da�, olhei pela janela, e n�o vi nada na rua. S� mais tarde, pela televis�o, fiquei sabendo do que se tratava".

*Com informa��es da Ag�ncia Estado
Tremor de 5,2 graus na escala Richter atinge SP e � sentido em outros 4 Estados

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir