Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 25-04-2008

Bruno avisa: Quero parar cedo
Idolatrado, goleiro quer se aposentar aos 32 anos para ser engenheiro mecânico de avião
Bruno avisa: Quero parar cedo
Foto: Eduardo Peixoto

Quando era criança, Bruno acordava cedo para fazer trilhas no município de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Mais do que o espírito aventureiro, o goleiro do Flamengo aproveitava as andanças pelo matagal para observar as decolagens e os pousos dos aviões no aeroporto de Confins.

Assim como muita gente se perguntou na quarta-feira como um goleiro pôde cobrar uma falta com tanta perfeição, Bruno também tem uma curiosidade: entender os detalhes que fazem uma aeronave voar. E ele pretende saná-la em breve. Nos planos do goleiro estão a aposentadoria aos 32 anos e o início da faculdade de engenharia.

Aos 23 anos e idolatrado pela maior torcida do país, Bruno inicia nesta sexta-feira o período de silêncio que antecede às decisões. Uma tática para evitar polêmicas. Antes da lei da mordaça, ele conversou com o GLOBOESPORTE.COM na escuridão da Gávea enquanto aguardava o ônibus para seguir para a concentração. Confira a entrevista daquele que, para a torcida do Flamengo, é o "melhor goleiro do Brasil".

GLOBOESPORTE.COM: Recentemente, em uma conversa informal, você brincou que precisa economizar dinheiro porque pretende se aposentar em breve. A promessa é séria?

Bruno: Quero parar cedo. Com uns 32, no máximo 33 anos pretendo me aposentar.

Por quê?

Porque o jogador passa a vida concentrado. Sei que isso é normal, mas uma hora cansa. É estressante demais. Você vê a juventude indo embora. Quero começar uma vida nova.

E como seria essa nova vida?

Tenho um grande sonho: ser engenheiro mecânico de avião. Completei o segundo grau e quero cursar essa faculdade assim que me aposentar. Fico curioso para saber como funciona.

Ao encerrar a carreira, Bruno quer trabalhar com mecânica de aviõesDe onde vem essa paixão?

Quando eu era criança, fazia trilhas na cidade em que morava (Ribeirão das Neves) e chegava perto do aeroporto de Confins. Observava as decolagens dos aviões e ficava me perguntando: "Como pode voar?".

Normalmente às vésperas das finais você evita as entrevistas. Há algum motivo específico?

Prefiro me concentrar bastante nos meus objetivos. E sei que quando estou muito concentrado acabo falando besteira. Por isso é melhor evitar polêmica.

Por falar em polêmica, alguns dos últimos jogos contra o Botafogo não foram muito tranqüilos...

É, mas passou. Agora é um outro jogo. Quero vencer porque é uma final de Estadual. Essa história de tirar sarro acabou. Temos de dar o exemplo para as pessoas.

Você se considera um ídolo da torcida rubro-negra?

É complicado eu afirmar isso. Posso dizer que me sinto muito seguro no Flamengo, como se eu estivesse em casa. Percebo diariamente que a torcida confia muito em mim.

Agora, até para bater faltas...

(risos) Os cobradores do time são Leo Moura e Juan. Depois ainda tem o Kleberson, Cristian, Jaílton. Eu estou ali, procurando meu espaço. Ainda não sei como lidar com isso. Pode ver que nem consegui comemorar. Só queria saber de dar um abraço em um companheiro.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir