Organismo de alimentos da ONU aponta quatro fatores principais.
Foto: www.g1.com.br Os alimentos est�o mais caros e, no mundo todo, o tema deixa autoridades em alerta e esquenta debates em torno das poss�veis causas para a escassez de comida.
Para explicar a crise atual, no entanto, n�o � poss�vel eleger um "vil�o" espec�fico. Segundo especialistas, s�o muitos os fatores que culminaram no cen�rio de infla��o agravado desde o come�o do ano.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Na��es Unidas, a falta de alimentos amea�a como um "tsunami silencioso", e pode afundar na fome 100 milh�es de pessoas.
De acordo com a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) para Agricultura e Alimenta��o (FAO) s�o quatro os principais fatores que influenciam a alta dos pre�os dos alimentos: aumento da demanda, alta do petr�leo, especula��o e condi��es clim�ticas desfavor�veis. H� controv�rsias sobre a dimens�o da responsabilidade dos biocombust�veis, cujas mat�rias-primas (cana, milho e outras) disputam espa�o com culturas destinadas � produ��o de comida. Saiba mais sobre cada um desses fatores:
Mais demanda, menos oferta
A popula��o mundial est� comendo mais. Especialmente nas economias que t�m registrado maior expans�o, como a da China, que tem 1,3 bilh�o de habitantes. Com mais gente comprando, vale a lei da oferta e da procura: os produtos se valorizam no mercado e ficam mais caros.
Alta do petr�leo
O pre�o do barril de petr�leo vendido em Nova York e em Londres tem, sim, rela��o direta com a escalada do valor dos alimentos, j� que a agricultura demanda grandes quantidades do �leo, seja no maquin�rio, tratores, uso de fertilizantes ou transporte, at� esse produto chegar ao consumidor. "O aumento no petr�leo tamb�m faz com que o pre�o final dos alimentos fique mais caro", diz.
Para Francisco Carlos Teixeira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o pre�o do barril influi diretamente nas commodities agr�colas em duas pontas: na produ��o e na distribui��o.
"Hoje, a agricultura � totalmente industrializada e depende em boa medida do petr�leo, usado como mat�ria-prima para uma s�rie de produtos, como defensivos agr�colas e qu�micas de prepara��o da lavoura. Al�m disso, tamb�m movimenta os ve�culos que transportam as safras agr�colas", diz Teixeira.
Especula��o
Com a queda do d�lar, investidores que ganhavam dinheiro investindo na moeda norte-americana migraram para a aplica��o em outras commodities, como os produtos agr�colas.
Muitos fundos t�m usado as bolsas de mercadorias para especular com a antecipa��o da compra de safras futuras em busca de melhor rentabilidade, o que tamb�m contribui para valorizar e o pre�o de commodities como o trigo e o arroz.
Segundo a FAO, os pre�os internacionais do arroz come�aram uma escalada desde o in�cio do ano, depois de subirem 9% em 2006 e 17% em 2007. O pre�o do produto subiu 12% em fevereiro e mais 17% em mar�o, segundo o �ndice All Rice Price, elaborado pela entidade.
Condi��es clim�ticas
O clima � outro fator que reduziu a quantidade de alimentos produzida no mundo, segundo relat�rio da ONU divulgado na semana passada.
As condi��es clim�ticas desfavor�veis devastaram culturas na Austr�lia e reduziram as colheitas em muitos outros pa�ses, em particular na Europa, segundo a FAO.
Segundo as previs�es da FAO, as reservas mundiais de cereais ca�ram para o seu n�vel mais baixo em 25 anos com 405 milh�es de toneladas em 2007/08, 5 % (21 milh�es de toneladas) abaixo do n�vel j� reduzido do ano anterior.
Biocombust�veis?
"Os biocombust�veis s�o apenas uma gota no oceano desse cen�rio de aumentos", diz a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana Kahn Ribeiro.
Segundo ela, o caso do biocombust�vel � particular do etanol fabricado a partir do milho dos Estados Unidos. "O milho � uma cultura alimentar e, de fato, come�ou a haver um desvio da produ��o de milho com finalidade para alimento para a produ��o do etanol", diz.
Com a redu��o da oferta de milho subiu o pre�o dos derivados, o que come�ou um processo em cadeia; aumentou o pre�o da ra��o dos animais e, conseq�entemente, das carnes. "No Brasil (onde o etanol � feito a partir da cana-de-a��car) a realidade � bem diferente; tanto que, no nosso hist�rico dos �ltimos 30 anos, aumentamos a produ��o n�o s� de etanol, mas tamb�m de alimentos", diz.
(Com informa��es da Globo News)
Entenda a crise mundial dos alimentos
Para especialistas, n�o � poss�vel eleger um �nico "vil�o" para a crise.
Organismo de alimentos da ONU aponta quatro fatores principais.
Fonte: LIGIA GUIMAR�ES
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