Categoria Politica  Noticia Atualizada em 08-05-2008

Dilma nega que pasta tenha montado dossiê com gastos
Base vê Dilma como candidata; para oposição ministra foi insegura. Ministra da Casa Civil participou de audiência de nove horas no Senado.
Dilma nega que pasta tenha montado dossiê com gastos
Foto: www.g1.com.br

A euforia da base aliada com a performance da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em depoimento na Comissão de Infra-estrutura do Senado nesta quarta-feira (7) animou líderes a "lançarem" candidata à presidência da República em 2010. Para a oposição, entretanto, a ministra demonstrou insegurança nas explicações sobre o suposto dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi o primeiro a ver no desempenho da ministra um passo para a candidatura. "A oposição sai com uma dor de cabeça porque sai agora com uma candidatura a mais para 2010."

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), também embarcou no "lançamento" da ministra para a próxima eleição presidencial. "A oposição insistiu tanto em tentar atingir Dilma que acabou transformando a ministra em candidata."

O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) não falou diretamente em candidatura, mas destacou a firmeza da ministra durante as mais de oito horas de audiência. "A ministra saiu muito maior do que entrou."

Jucá afirmou que ao se posicionar de maneira firme a ministra deixou de ser apenas uma referência administrativa do governo. "A Dilma era uma referência administrativa e a oposição tentou fazer um massacre político. Agora ela virou uma referência política."

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), definiu como "insaciável" quem ainda quiser ouvir a ministra sobre o dossiê. Junto com líderes da base ele participou de uma "escolta" para a ministra até a sala da comissão.

A avaliação unânime da base foi de que a vinculação feita pelo senador José Agripino (DEM-RN) da ministra com a ex-guerrilheira que lutou contra a ditadura militar ajudou muito no desempenho de Dilma. Eles comemoraram também a pouca insistência da oposição no caso do suposto dossiê, uma vez que muitos senadores do DEM e PSDB focaram suas perguntas no PAC.

Oposição insatisfeita
Se a base comemora, a oposição critica a ministra e vê insegurança nas explicações sobre o suposto dossiê, que para Dilma é um banco de dados que foi vazado.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que a ministra respondeu a questão política do dossiê de forma técnica. "Ela deu uma resposta burocrática para uma pergunta política."

O líder do DEM, José Agripino (RN), reclamou que a ministra teria "dramatizado" ao responder sua pergunta relacionando o suposto dossiê à ditadura militar. Para ele, se a base enxergou uma "vitória" no depoimento é porque houve uso eleitoral da audiência. Agripino qualificou as intervenções da ministra como "evasivas" e deseja ouvir Dilma novamente após a investigação da Polícia Federal sobre o suposto dossiê.

Para o líder tucano Arthur Virgílio (AM), a ministra não teve firmeza ao tratar do dossiê. Ele ironizou a euforia da base e a "candidatura" e também defendeu novas audiências. "Temos muitos esclarecimentos para cobrar. Eu não falei um quinto do que queria."

A audiência não contou com muitos deputados da oposição. Como não teriam direito a fazer perguntas, alguns apenas passaram pela sala. O comportamento da base aliada foi diferente. Líderes na Câmara e deputados governistas se revezaram na sala durante todo o depoimento.

Base vê Dilma como candidata; para oposição ministra foi insegura
Ministra da Casa Civil participou de audiência de nove horas no Senado.
Ela negou que pasta tenha montado dossiê com gastos do ex-presidente FHC.

Fonte: Eduardo Bresciani

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir