Senador perguntou ontem à ministra Dilma se ela mentiu na ditadura
Foto: Reprodução/TV Paranaense O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (8) que o senador José Agripino (DEM-RN) achou que iria "abafar" ao perguntar, durante depoimento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Senado Federal, se ela teria mentido durante a ditadura, mas que acabou ficando em uma "situação delicada".
"Eu acho que o Agripino (...) Ele fez o que não deveria fazer. De qualquer forma, um homem com a experiência política dele achou que certamente iria abafar. Colocar a dilma em uma situação delicada. No fundo no fundo, eu acho que ele é que ficou em uma situação delicada", afirmou Lula sobre o assunto.
A intervenção do senador José Agripino foi feita logo no início do depoimento da ministra, nesta quarta-feira (7). Ele a acusou de mentir durante a ditatura militar. Dilma, por sua vez, disse se orgulhar de ter mentido naquela época. "Eu me orgulho de ter mentido. Mentir na tortura não é fácil", disse Dilma.
O presidente da República voltou a elogiar o Congresso Nacional. Para ele, os parlamentares se portaram de forma "civilizada e democrática". "E a Dilma fez aquilo que tem que fazer: responder às perguntas sobre o PAC. As perguntas sobre o dossiê eu já sabia. Eles vão passar a vida inteira perguntando e nós vamos passar a vida inteira fazendo o nosso cadastramento e banco de dados porque temos a obrigação de fazer isso", disse ele.
Lula afirmou não ter acompanhado o depoimento da ministra ao Senado Federal pelo fato de estar trabalhando. Entretanto, disse que viu as notícias publicadas na imprensa. "Houve duas coisas importantes: primeiro a Dilma é muito segura das coisas que tem que fazer. Segundo o Senado foi muito democrata. Não houve nenhuma ofensa. Não houve nenhuma que a gente possa dizer que alguém tentou desaforar", opinou.
Agripino
O líder do DEM no Senado rebateu a afirmação de Lula. Agripino disse que não buscou nenhum brilho e que foi a ministra quem usou a "emoção" para não responder a sua pergunta.
"Eu não participei da reunião para tentar obter nenhum brilho especial nem abafar. Minha presença na reunião teve o objetivo claro de obter resposta para o que o Brasil quer saber: quem fez o dossiê, com que objetivo foi feito e se havia algum interesse político. Se as respostas que foram dadas, enviesadas, à minha pergunta tiveram uma forte dose de emoção e vitimização, é outra conversa", disse o líder.
Agripino achou que ia abafar e ficou em situação delicada. Senador perguntou ontem à ministra Dilma se ela mentiu na ditadura.
Fonte:
|