Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 09-05-2008

Morre o jornalista e ex-senador Artur da Távola
As causas da morte ainda não foram divulgadas pela família
Morre o jornalista e ex-senador Artur da Távola
Foto: Reprodução/TV Globo

Morreu na tarde desta sexta-feira (9), no Rio de Janeiro, o jornalista e político Artur da Távola, do PSDB. As causas da morte ainda não foram divulgados pela família. Atualmente, ela era reitor de uma universidade e diretor da rádio Roquete Pinto FM.

O jornalista Paulo Alberto Artur da Távola Moretzsohn Monteiro de Barros começou sua vida parlamentar em 1960, como deputado federal do PTN pelo antigo Estado da Guanabara. Dois anos depois, ele se elegeu deputado constituinte pelo PTB. Era considerado um político discreto.

Um dos fundadores do PSDB, Távola era um política experiente: foi presidente do partido entre 95 e 97, líder da bancada tucana na Assembléia Constituinte, em 88, e candidato a prefeito do Rio, no mesmo ano. Em 2001, ocupou o cargo de secretário das Culturas do município do Rio, por nove meses. Saiu para assumir a liderança do governo Fernando Henrique no Senado.

Em 98, Távola tentou ser candidato a governador na sucessão de Marcello Alencar, mas o escolhido acabou sendo Luiz Paulo Corrêa da Rocha, fiel escudeiro do então governador. Antes, em 96, já havia sido preterido por Sérgio Cabral Filho na escolha do candidato do PSDB a prefeito.

Em 99, anunciou seu desligamento do partido, que estaria, segundo ele, se distanciando dos ideais da social-democracia. Não chegou, porém, a deixar os tucanos. O mal-estar foi contornado por outros líderes do PSDB, que o convenceram a permanecer na legenda

Radialista há meio século
Paulo Alberto foi cassado pelo regime militar e, no período de 64 a 68, viveu na Bolívia e no Chile. Na volta ao país, passou a usar o pseudônimo de Artur da Távola.

Ele era o mais antigo funcionário em atividade da Rádio MEC, onde estreou em 1957 e apresentava um programa sobre música clássica. Durante 15 anos, assinou uma coluna sobre televisão em O Globo. Trabalhou também na extinta Bloch Editores, que editava a revista Manchete, e em O Dia.

Amigos lamentam a morte
O jornalista e escritor Sérgio Cabral lembrou que o Artur da Távola era um carioca amante da cidade. "Esse lado carioca ele revelou nas crônicas que escrevia. Ele falava do Rio do bonde, da criatividade do carioca. Estava atento a tudo isso, ao Rio antigo, moderno, romântico, malandro. Ele curtia esse carioquismo, era um carioca exemplar."
Cabral contou que ficava impressionado com a articulação de Paulo Alberto. "Foi um dos maiores oradores que já vi na minha vida. Desde jovem, quando se elegeu deputado já era brilhante e chamava a atenção pelo brilhantismo da sua oratória."

O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, lamentou a morte do amigo, que fazia parte do conselho deliberativo da entidade. "A gente recebe essa notícia com profundo pesar. Além de grande intelectual, jornalista notável, ele era uma criatura humana excepcional pela sensibilidade e carinho que devotava às pessoas. Seu desaparecimento nos causa forte dor, seja pelos atributos intelectuais, seja pela pessoa extremamente afetiva", lamentou.

O cineasta Zelito Viana, também amigo do jornalista Artur da Távola, lamentou a morte e lembrou que Paulo Alberto tentou sempre ser conciliador. "Ele tinha uma capacidade enorme de criar o consenso, ele procurava sempre o meio termo, conciliando os antagonismos."

Morre o jornalista e ex-senador Artur da Távola. As causas da morte ainda não foram divulgadas pela família.

Fonte:

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir