O Exército libanês ampliou suas patrulhas na terça-feira (13)
Foto: Omar Ibrahim/Reuters O eventual apoio do Irã ao "golpe de Estado" no Líbano afetaria as relações entre Teerã e o mundo árabe, advertiu o ministro saudita das Relações Exteriores, príncipe Saud al-Fayçal.
"As relações do Irã com todos os países árabes, e talvez com todos os países islâmicos, se veriam afetadas se o Irã apoiasse o golpe de Estado que aconteceu no Líbano", declarou o ministro em Riad.
O Líbano é cenário desde 7 de maio de confrontos violentos, que deixaram pelo menos 61 mortos e 200 feridos em todo o país. Os combates envolvem os partidários da maioria parlamentar anti-síria e os simpatizantes da oposição, liderada pelo Hezbollah xiita.
Exército nas ruas
O Exército libanês ampliou suas patrulhas na terça-feira (13), como parte da operação destinada a restaurar a ordem após uma semana de confrontos entre militantes do governo e de Hezbollah, que deixaram o país à beira de uma nova guerra civil.
O Hezbollah e seus aliados, com apoio do Irã e da Síria, chegaram a expulsar os seguidores do governo de partes de Beirute e das montanhas a leste da capital. O Exército, temeroso de dividir suas fileiras em linhas sectárias, manteve-se neutro no conflito.
A polícia disse que 61 mortes foram registradas, mas fontes oficiais admitem que a cifra ainda deve subir.
Em geral, o Líbano vive nesta terça-feira (13) o seu dia mais tranqüilo desde 7 de maio, quando o governo anunciou a intenção de destruir a rede clandestina de comunicações do Hezbollah, além de demitir o chefe de segurança do aeroporto de Beirute, que era ligado ao grupo.
A facção xiita viu nisso uma declaração de guerra e imediatamente tomou o porto de Beirute e outras áreas. Em seguida, o Hezbollah entregou suas novas posições ao Exército.
Na noite de segunda-feira, a cúpula militar anunciou que a partir das 6h (0h em Brasília) estaria proibida qualquer presença armada nas cidades e aldeias, e que haveria uso da força se fosse necessário.
Uma fonte oficial disse que a ordem aos soldados era de prender qualquer pessoa vista com armas nas ruas, ocupar as posições dos militantes e apreender arsenais.
Para analistas, a iniciativa não foi vista como um desafio ao Hezbollah, e na verdade pode ter sido coordenada com o grupo, que talvez tenha interesse em mostrar um controle do Exército quando da chegada de mediadores árabes, na quarta-feira.
As tropas ocuparam mais posições que antes eram controladas pelas forças do líder druso Walid Jumblatt, que é simpático ao governo. O feudo dele nas montanhas estava desde domingo sob poder do Hezbollah.
"A situação da segurança na montanha está estável depois do avanço do Exército", disse Akram Shuhayeb, parlamentar ligado a Jumblatt.
Mas em Aley, uma estância climática no leste do Líbano, o quitandeiro Wassim Timani, simpatizante de Jumblatt, queixava-se de que o Exército está ali "só para se mostrar".
"Ele não vai conseguir fazer nada se a trégua for violada. Demonstramos todo respeito, mas não vamos entregar nossas armas."
O Exército também ampliou sua presença na cidade de Trípoli (norte), onde durante a madrugada houve pequenos confrontos entre atiradores sunitas (governistas) e alauítas (aliados do Hezbollah).
Arábia adverte Irã sobre envolvimento em crise no Líbano. O Exército libanês ampliou suas patrulhas na terça-feira (13).
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