Categoria Trag�dia  Noticia Atualizada em 13-05-2008

Ban Ki-moon advertiu a junta militar
Moradores de Mianmar aguardam alimentos em uma das zonas afetadas pelo ciclone Nargis
Ban Ki-moon advertiu a junta militar
Foto: EFE

Na��es Unidas, 12 mai (EFE).- O secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu hoje ao Governo de Mianmar (antiga Birm�nia) que "ponha o povo em primeiro lugar" em sua resposta ao desastre do ciclone "Nargis", e assinalou que somente um ter�o das v�timas p�de ser ajudada at� agora.

"Quero que conste minha profunda preocupa��o e minha imensa frustra��o com a inaceit�vel lentid�o (do Governo birman�s) a responder perante esta grave crise humanit�ria", disse Ban em entrevista coletiva na ONU.

Ele se referiu aos obst�culos impostos pela Junta Militar � entrega de ajuda internacional e ao acesso de volunt�rios ao pa�s.

"Pe�o ao Governo de Mianmar nos termos mais en�rgicos que ponha as vidas de seu povo na frente. Tem que fazer todo o poss�vel para prevenir que esse desastre seja ainda mais s�rio", destacou.

"Caso n�o se acelere a entrada de ajuda no pa�s, podemos enfrentar um surto de doen�as infecciosas", apontou.

Ban indicou que, segundo dados do Governo birman�s, "h� 34.460 pessoas desaparecidas", mas as ag�ncias humanit�rias internacionais "informam de n�meros mais altos. As estimativas das pessoas em situa��o de risco est�o em torno de 1,5 milh�o".

"Ressalto que agora n�o se trata de pol�tica, mas de salvar vidas, e n�o h� mais tempo a perder", afirmou Ban.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de que a partir da ONU sejam impostas san��es � na��o asi�tica por sua lenta resposta perante o desastre, afirmou que "isso cabe ao Conselho de Seguran�a" da institui��o.

A resposta do regime birman�s perante o desastre causado h� 11 dias no sul do pa�s pela passagem do ciclone tropical "Nargis" gerou cr�ticas por parte da comunidade internacional.

"Estamos em um momento cr�tico", comentou Ban, enquanto o subsecret�rio-geral para Assuntos Humanit�rios, John Holmes, indicou que j� foram reportados casos de mal�ria e diarr�ia que, por enquanto, n�o s�o urgentes.

A ONU lan�ou na sexta-feira um apelo internacional para arrecadar US$ 187 milh�es para ajudar emergencialmente os birmaneses afetados pelo desastre.

Ban ressaltou que as Na��es Unidas e suas ag�ncias especializadas est�o "bem posicionadas" para ajudar com alimentos, �gua e rem�dios, assim como para consertar a infra-estrutura de transportes, comunica��es e distribui��o.

O secret�rio-geral acusou a Junta Militar birmanesa de continuar "infelizmente negando os vistos para a maior parte dos trabalhadores humanit�rios estrangeiros", o que fez com que apenas 270 mil pessoas tenham recebido aux�lio.

"Demos a assist�ncia mais prim�ria, mas fomos incapazes de levar mais apoio log�stico", devido � recusa do regime militar birman�s, apontou.

Segundo dados do Programa Mundial de Alimentos (PMA), disse Ban, o volume de ajuda aliment�cia que chegou aos birmaneses "� menos de um d�cimo do necess�rio. As reservas de arroz no pa�s est�o a ponto de terminar".

Durante o fim de semana e a primeiras horas da segunda-feira, avi�es com assist�ncia humanit�ria conseguiram chegar at� Yangun, ap�s os primeiros gestos da ditadura birmanesa de levantar algumas das restri��es � entrada de estrangeiros no pa�s.

"� preciso muito mais", afirmou Ban, que ressaltou que durante o fim de semana tentou ligar, pela segunda vez, para o general Than Swe, para pedir que coopere com a comunidade internacional e a ONU.

No entanto, "n�o pude contat�-lo e esta manh� enviei uma carta", a segunda ao governante do pa�s desde que o ciclone atingiu a na��o.

"Espero que o Governo (birman�s) emita em breve os vistos. � preciso fazer muito, s�o necess�rias grandes opera��es log�sticas para ajudar os mais afetados, e se requer especializa��o. Mianmar n�o pode fazer isso sozinho", afirmou.

Ban pede a Governo de Mianmar "que ponha o povo em primeiro lugar"

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir