Categoria Politica  Noticia Atualizada em 14-05-2008

Acusado de caso BNDES ligou para Paulinho da Força, diz PF
Coronel preso pela PF tentou avisar Paulinho sobre operação, segundo relatório. O deputado nega todas as acusações.
Acusado de caso BNDES ligou para Paulinho da Força, diz PF
Foto: www.g1.com.br

Um novo relatório da Polícia Federal sobre a Operação Santa Tereza, que investiga fraudes com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), complica a situação do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

O "Jornal Nacional" teve acesso ao relatório, entregue nesta terça-feira (13) ao Ministério Público Federal.

O novo documento concentra transcrições das interceptações telefônicas que, segundo a investigação, mostram o envolvimento do deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.

No relatório consta que o coronel da reserva da polícia militar, Wilson Consani, que faz segurança para a Força Sindical, soube antes da operação e tentou avisar o deputado.

Segundo o relatório, o coronel Consani acabou conseguindo falar com o deputado momentos antes de ser preso. Paulo Pereira da Silva disse que a ligação era para tratar da segurança da festa do 1º de maio da Força Sindical. O deputado negou envolvimento com as fraudes.

As ligações
De acordo com as gravações da PF, Consani ligou primeiro para Miguel - que segundo a polícia é Miguel Eduardo Torres - secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, e disse que queria conversar com o "chefe maior" que, para os agentes, seria Paulo Pereira da Silva.

Na ligação, Consani disse: "tem uma operação que talvez seja amanhã, e que uma boa medida será o cara dormir em algum lugar hoje". O coronel também ligou para o vice-presidente do PDT em São Paulo, José Gaspar, dizendo que iria falar quatro frases: "8ª Vara Federal; lavagem de dinheiro; tosto; talvez amanhã, às 6h da manhã." Este foi o horário de início da operação.

Ricardo Tosto foi representante da Força Sindical no BNDES; ele chegou a ser preso acusado de facilitar a liberação de verbas no banco. E a investigação sobre lavagem de dinheiro estava na 8ª vara da Justiça Federal.

Na mesma ligação, José Gaspar perguntou a Consani : "Tem alguma coisa contra nosso amigo?". Amigo que seria Paulo Pereira da Silva, de acordo com os policiais. O coronel respondeu: "num primeiro plano, não. Mas, em segundo plano, pode ser. Tem o esquema das ONGs, da lavagem de dinheiro. E outros pontos ligados a ele."

Foi numa outra ligação de Consani que a PF teve a certeza de que o nome Paulinho, que aparece em outras escutas, é o de Paulo Pereira da Silva.

Na procura pelo "chefe maior" do grupo, o coronel teria ligado para Gildásio Costa - cunhado de Paulinho. De acordo com o relatório da PF, Gildásio pediu para Consani ligar para dois números de telefone - um de São Paulo e outro de Brasília. Os dois são de uso do deputado Paulo Pereira da Silva.

Outro lado
Ruy Fernando Gomes, advogado de Wilson Consani, confirmou que o coronel fez as ligações. Mas - segundo ele - o motivo dos telefonemas não foi o de livrar ninguém da prisão.

A reportagem procurou Miguel Eduardo Torres, José Gaspar e Gildásio da Costa. Mas eles não foram encontrados para falar sobre o assunto. O advogado Ricardo Tosto não quis fazer comentários sobre o relatório.

Acusado de caso BNDES ligou para Paulinho da Força, diz PF
Coronel preso pela PF tentou avisar Paulinho sobre operação, segundo relatório.
O deputado nega todas as acusações.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir