Categoria Politica  Noticia Atualizada em 15-05-2008

Bush diz que EUA são melhor amigo de Israel no mundo
Primeiro-ministro Ehud Olmert cumprimenta o presidente dos EUA George W. Bush
Bush diz que EUA são melhor amigo de Israel no mundo
Foto: Menahem Kahana/Efe

Colaboração para a Folha Online

O presidente George W. Bush afirmou que os EUA continuam sendo "o melhor amigo de Israel no mundo", ao participar de conferência em Jerusalém por ocasião do 60º aniversário da criação do Estado de Israel nesta quarta-feira.

Já o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, deixou Bush emocionado ao dizer que ele é "um ótimo líder" e "um ótimo amigo". Olmert também disse ter esperanças de alcançar um acordo de paz com os palestinos antes de janeiro, quando Bush deixará o cargo de presidente.

A conferência "Enfrentando o Amanhã", convocada pelo presidente israelense, Shimon Peres, teve 3.500 participantes, entre eles 13 chefes de Estado.

O presidente americano foi o convidado de maior destaque nas comemorações do aniversário de Israel, mas a maioria dos chefes de Estado e governo do mundo ocidental não compareceram.

A saudação "cordial" de Bush e suas palavras favoráveis a Israel no dia em que os palestinos lembram seu sofrimento com a criação de Israel (1948) reforçam a convicção entre os povos árabes de que Washington é "parcial demais" para assumir o papel de negociador para um acordo de paz na região, segundo análise da agência de notícias Reuters.

Amanhã, Bush viajará às ruínas de Massada --símbolo da revolta dos judeus contra o Império Romano-- e discursará aos deputados do Parlamento israelense, antes de continuar sua viagem à Arábia Saudita eo Egito.

Ataques

O lançamento de um foguete da faixa de Gaza que atingiu um shopping center ferindo várias pessoas em Ashkelon (sul de Israel) nesta quarta-feira serviu como alerta das dificuldades que Bush enfrenta em negociar um acordo de paz entre Israel e palestinos antes do fim de seu mandato, segundo a agência de notícias Efe.

Como resposta ao ataque, Israel realizou um ataque aéreo na faixa de Gaza matando dois integrantes do grupo islâmico Hamas.

Em seu discurso, Bush afirmou que o presidente Harry Truman (1945-1953) foi o primeiro líder mundial a reconhecer o Estado de Israel, apenas 11 minutos depois de ter sido declarada a independência em 14 de maio de 1948.

"Feliz aniversário", disse o presidente americano ao falar sobre a "história maravilhosa" do nascimento de Israel e mostrar sua admiração pelos pioneiros e por aqueles que "desde os guetos e atrás do arame farpado nunca perderam de vista o retorno a Jerusalém".

Bush afirmou que a cada ano crescem os laços de amizade com Israel e previu que "chegará o dia em que cada criança do Oriente Médio poderá viver em paz e liberdade" e que, quando esse dia chegar, "os Estados Unidos estarão ao lado de Israel".

O presidente Shimon Peres e o Olmert também participaram da cerimônia e ressaltaram em seus discursos a firmeza da aliança que o Estado de Israel mantém com os EUA ao longo de sua história.

A cerimônia foi marcada ainda por vários eventos musicais e de dança, com referências à relação "especial" entre Israel e EUA, como a interpretação da canção de Carole King "You"ve got a friend" (Você tem um amigo), e a reprodução de reportagens mostrando momentos históricos desde o nascimento de Israel até a atualidade.

Antes desta reunião pública, Bush se reuniu separadamente com Peres e com Olmert, com que conversou sobre os principais desafios enfrentados por Israel, como a situação na região e o processo de paz com os palestinos.

Irã

Em sua conversa com Olmert, o tema principal foi a ameaça de um Irã com capacidade nuclear, que o dirigente israelense qualificou em coletiva conjunta como de um "perigo do mais alto nível para a segurança na região".

"Israel unirá suas forças com os EUA para tentar frear os iranianos de seus contínuos esforços (de fabricar armas nucleares), que são um claro perigo e uma ameaça para a estabilidade do mundo", disse Bush.

O presidente dos EUA assegurou que seu país estará ao lado de Israel contra a ameaça de um Irã nuclear e qualificou o Estado de Israel como "uma democracia que, como outras, está sendo ameaçada por extremistas e terroristas, gente que usa a violência para impor sua obscura visão do mundo".

Líbano

Os dois dirigentes discutiram também a situação no Líbano, onde a milícia Hizbollah (financiada pelo Irã) tomou no fim de semana passado as ruas da capital.

"Estamos muito preocupados de que haja uma tentativa de subverter o processo democrático em desenvolvimento no Líbano", disse Olmert, que mostrou seu otimismo para que seja estabilizada a situação e para que "o governo do primeiro-ministro [Fuad] Siniora prevaleça contra a provocação e os esforços do Hizbollah dos iranianos".

Bush disse que o "Hizbollah, que se considera o protetor dos libaneses contra Israel, voltou-se agora contra sua própria gente", e reiterou seu firme compromisso com o governo libanês de Siniora.

Os dois dirigentes abordaram ainda o processo de paz que Israel mantém com os palestinos e sobre a situação na faixa de Gaza, controlada pelo grupo Hamas.

"O objetivo declarado do Hamas é a destruição do Estado de Israel" disse Bush, que acrescentou que "nós vamos permanecer firmes ao lado de Israel, da mesma forma que permaneceremos firmes ao lado dos palestinos que não compartilham sua visão (do Hamas)".

Olmert disse que "uma organização que pretende acabar com o terrorismo não pode continuar disparando contra pessoas inocentes" e mostrou sua esperança de não ter de "atuar contra o Hamas com o poder militar que Israel reserva".

Bush diz que EUA são "melhor amigo de Israel no mundo"

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir