Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 16-05-2008

Rebeca é suspensa por dois anos
Federação Internacional de Natação pune a atleta brasileira pelo resultado positivo para testosterona em um exame realizado nos Jogos do Rio
Rebeca é suspensa por dois anos
Foto: Agência /Agência Estado

Uma semana depois de ser liberada de um dos processos de doping, Rebeca Gusmão é suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Natação pelo resultado positivo para testosterona em exame realizado durante o Pan do Rio (13 de julho). Em nota oficial, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos disse que a Fina comunicou a suspensão da nadadora brasileira, a contar a partir do dia 2 de novembro de 2007. Com a decisão da Fina, Rebeca está fora dos Jogos Olímpicos de Pequim. No entanto, a nadadora ainda vai recorrer.

Na última sexta-feira, a atleta recebeu o comunicado que a Corte Arbitral do Esporte (CAS), sediada em Lausanne, na Suíça, avaliou-se incapaz de julgar a apelação feita pela Fina sobre o caso de doping da nadadora Rebeca Gusmão durante o Troféu Maria Lenk de 2006, e não acatou a primeira apelação sobre o assunto. Em coletiva, Rebeca chegou a comemorar a vitória em um dos processos.

- Vou para Pequim, vou trazer essa medalha - disse a nadadora.

Além desses dois casos de doping, ainda há um outro processo em aberto contra a nadadora, na qual ela é suspeita pela fraude em exames realizados no Pan do Rio que apontaram dois DNAs diferentes.

Defesa vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte

A defesa de Rebeca Gusmão pretende recorrer da decisão à Corte Arbitral do Esporte no ínicio da próxima semana. Segundo um dos advogados da atleta, Breno Tanuri, será feito um pedido de urgência no caso, levando em consideração os Jogos de Pequim

- Enquanto tiver tempo, nós vamos tentar. Geralmente, um caso como esse demora uns oito meses para ser julgado. Mas, se o pedido de urgência for aceito, pode sair em até 60 dias - afirmou o advogado ao GLOBOESPORTE.COM por telefone.

Resultado positivo de 2006 é divulgado

Com mais de um ano de atraso, o primeiro resultado positivo de Rebeca para testosterona exógena, em exame realizado em maio de 2006, foi divulgado em setembro de 2007. Divergências entre a brasileira e o laboratório Armand Frappier, em Montreal, no Canadá, acabaram levando o caso para a Corte Arbitral do Esporte (CAS). Depois de diversos adiamentos, o julgamento aconteceu nesta sexta-feira e, enfim, o impasse foi solucionado com a comprovação do doping da atleta e a suspensão de dois anos pela Federação Internacional de Natação.

Resultado positivo de exame realizado no Pan No dia 5 de novembro, a Federação Internacional de Natação (Fina) divulgou o resultado positivo de Rebeca para a mesma substância em exame realizado no primeiro dia do Pan, 13 de julho, e enviado também para o laboratório de Montreal. No entanto, mesmo a contraprova também dando positiva, Rebeca e o seu médico, José Blanco Herrera, mais uma vez contestaram a credibilidade do laboratório, chegando a anunciar, inclusive, que a contraprova teria dado inconclusiva.

Dois DNAs são encontrados na urina de Rebeca

Se não bastasse o resultado positivo em dois exames de doping, um outro caso, ainda mais grave, complicaria a situação da nadadora brasileira. No dia 9 de novembro, foi divulgada a existência de dois DNAs diferentes nas amostras coletadas da urina de Rebeca Gusmão dos dias 12 e 18 de julho. Os resultados dos exames, que haviam sido solicitados pela Odepa, tinham dado negativo.

Caso de fraude é entregue à Polícia

Com a forte repercussão, o Comitê Olímpico Brasileiro se viu obrigado a entrar na história e resolveu entregar o caso de fraude à Polícia, arcando, inclusive, com todas as despesas na investigação. A fraude começou a ser estudada então pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública do Rio de Janeiro. O delegado Marcos Cipriano ouviu todos os envolvidos no caso e encaminhou o relatório ao Ministério Público sem indiciar ninguém.

Rebeca depõe, se diz inocente e acusa Eduardo de Rose

Rebeca Gusmão, que depôs no dia 8 de dezembro, disse ao delegado Marcos Cipriano ser inocente e sofrer perseguição por parte do médico e diretor de doping da Odepa, Eduardo de Rose. Afinada com os discursos apresentados pela ex-médica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos Renata Castro e pelo seu técnico, Hugo Lobo, Rebeca insinuou que Eduardo de Rose teria uma relação questionável com o laboratório de Montreal, que analisou os dois exames que deram positivos.

Odepa anuncia retirada de medalhas e marcas do Pan Mesmo antes da divulgação do resultado da contraprova do exame do dia 13 de julho, a Odepa preferiu se adiantar e anunciar a retirada das quatro medalhas (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze) e das marcas conquistadas por Rebeca durante os Jogos Pan-Americanos do Rio. Após sofrer algumas críticas por causa do anúncio precipitado, a entidade explicou que a decisão foi tomada com base na fraude dos exames dos dias 12 e 18 de julho, e não do exame positivo do dia 13.

Rebeca é indiciada por falsidade ideológica

Em janeiro deste ano, o Ministério Público decidiu denunciar a nadadora Rebeca Gusmão por falsidade ideológica, caminhando o caso para a Justiça. O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, analisa a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) da nadadora para propor ou não a suspensão condicional do processo. No entanto, se Rebeca for condenada, poderá pegar de um a três anos de reclusão, de acordo com o Artigo 299.

Corte Arbitral do Esporte (CAS) se diz incapaz de julgar a apelação feita pela Fina sobre o caso de doping de 2006

Acusada de doping pela Fina em 2006, a atleta recebeu na última semana o comunicado de que a Corte Arbitral do Esporte (CAS), sediada em Lausanne, na Suíça, avaliou-se incapaz de julgar a apelação feita pela Fina sobre o caso de doping da nadadora Rebeca Gusmão durante o Troféu Maria Lenk de 2006 e não acatou a primeira apelação sobre o assunto.

Rebeca é suspensa por dois anos
Federação Internacional de Natação pune a atleta brasileira pelo resultado positivo para testosterona em um exame realizado nos Jogos do Rio

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir