Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 16-05-2008

Número de mortes por ciclone em Mianmar passa de 77 mil
Chuvas torrenciais atingiram nesta sexta-feira (16) o sul de Mianmar. Há rumores de que soldados estariam se apropriando de água, alimentos e cobertores.
Número de mortes por ciclone em Mianmar passa de 77 mil
Foto: www.g1.com.br

O governo de Mianmar afirmou nesta sexta-feira (16) que o número de mortes pelo ciclone que devastou boa parte do país no começo de maio aumentou de 30 mil para 77.738 mil.

Países como os Estados Unidos sugerem que o regime militar, em vigor há 46 anos, está dificultando o acesso de estrangeiros ao delta por questões políticas. A Cruz Vermelha diz que o ciclone matou cerca de 128 mil pessoas.

O anúncio foi feito no dia em que chuvas torrenciais atingiram o delta do rio Irrawaddy, no sul de Mianmar, agravando ainda mais a situação de cerca de 2,5 milhões de afetados pelo ciclone Nargis e atrapalhando o já lento trabalho de auxílio oferecido pelo regime militar local.

Em Kunyangon, cerca de 100 km a sudoeste de Yangun, milhares de homens, mulheres e crianças, expostos à chuva e à lama, pedem ajuda sempre que passa qualquer veículo.

Apesar dessas cenas, os generais que mandam no país garantem que as operações de auxílio transcorrem com tranqüilidade.

Mas na sexta-feira publicaram na imprensa estatal um alerta de que haverá processo judicial contra quem for flagrado vendendo mantimentos doados ou fazendo especulação de preços. Há rumores de que soldados estariam se apropriando de caminhões com água, alimentos e cobertores.

Já houve casos de cólera entre os sobreviventes do ciclone, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a incidência é a mesma de outros anos. Em alguns monastérios, escolas e outros abrigos para refugiados também há casos de diarréias e infecções cutâneas.

A OMS afirmou que, em casos de desastre natural, o auge da ameaça de epidemias ocorre num prazo de 10 a 30 dias. O Nargis passou pelo delta há 14 dias.

O comissário europeu de Ajuda Humanitária, Louis Michel, reuniu-se na quinta-feira com ministros birmaneses em Yangun e pediu a eles que autorizem a entrada de mais equipamentos e funcionários humanitários estrangeiros. Mas saiu do encontro frustrado, inclusive porque horas antes os generais haviam sinalizado a intenção de não recuar nas restrições.

"As relações entre Mianmar e a comunidade internacional são difíceis", afirmou ele à agência de notícias "Reuters". "Mas isso não é problema meu. A hora não é para discussão política. A hora é de entregar ajuda para salvar vidas."

Apelo
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho fez hoje um apelo para obter 32,7 milhões de euros destinados a ajudar nos próximos três anos os desabrigados pelo ciclone.

O diretor do departamento de Programas e Coordenação da Federação Internacional, Thomas Gurtner, disse que o apelo se baseia em dados atuais e ressaltou que tanto as vítimas quanto a duração da ajuda podem variar.

Segundo os cálculos da ONU, reafirmados pelos especialistas da Cruz Vermelha, até o momento só entre 15% e 20% dos desabrigados puderam obter ajuda.

No terreno trabalham 21 estrangeiros e mais de 26 mil voluntários da Cruz Vermelha birmanesa, "uma ajuda inestimável", definiu Niskala.

Número de mortes por ciclone em Mianmar passa de 77 mil pessoas
Chuvas torrenciais atingiram nesta sexta-feira (16) o sul de Mianmar.
Há rumores de que soldados estariam se apropriando de água, alimentos e cobertores.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir