Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 23-05-2008

Insuficiência renal é tratada como epidemia no país
Doença silenciosa atinge quase dois milhões de pessoas em todo o Brasil
Insuficiência renal é tratada como epidemia no país
Foto: Reprodução

Autoridades em saúde estão alarmadas com o aumento no número de casos de uma doença silenciosa: a insuficiência renal. São quase dois milhões de pessoas afetadas no Brasil, e cada vez mais jovens.

Meiriellen Morales tratava uma dorzinha nas costas com antiinflamatório até que o corpo não suportou mais. "Meu rosto ficou bem inchado, meus pés ficaram bem inchadinhos mesmo, minha barriga ficou bem grande e quase não consegui andar ou calçar sapatos", disse.

A dor era um sintoma de doença nos rins. Foram dois anos de tratamento errado até ter insuficiência renal. Há quatro anos, Meiriellen faz hemodiálise três vezes por semana.

O problema é que muitas pessoas não sabem que os rins não estão funcionando bem quando já perderam de 70% a 80% das funções renais. No Brasil, todos os anos 25 mil pessoas começam o tratamento de hemodiálise. Já são mais de 70 mil renais crônicos no país fazendo hemodiálise. Os especialistas já consideram a doença uma epidemia silenciosa.

SUS
"Noventa e cinco por cento desse tratamento é subsidiado pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e vai chegar num determinado momento em que o poder público não vai mais conseguir arcar com esse tratamento, porque o número tem subido assustadoramente", afirmou a nefrologista Maria Aparecida Arroyo.

Por ano, o sistema público de saúde gasta R$ 1,4 bilhão com o tratamento dos renais crônicos. A enfermeira Rosely Almeida Costa se assusta ao ver jovens presos às máquinas, porque os rins não funcionam mais.

"De uns três a quatro anos para cá, nós temos visto um fluxo muito maior de pacientes, independente de idade: 16, 17, 20 ou 35 anos, um fluxo muito maior de jovens", disse a enfermeira Rosely Almeida Costa.

Os rins ajudam a regular a pressão arterial, eliminam as toxinas do corpo, controlam a quantidade de água e sal no organismo e produzem hormônios que evitam anemia e doenças ósseas. Males como a hipertensão e o diabetes afetam o sistema vascular, atrofiando e destruindo as microartérias renais, que são responsáveis pela filtragem do sangue. O rim pára de funcionar.

Na associação beneficente que atende renais crônicos em Mato Grosso do Sul, o número de pacientes atendidos já é 50% maior que no ano passado. Eles recebem remédios, comida, atendimento nutricional e até fazem exercícios para ter mais qualidade de vida, enquanto esperam um transplante.

"A doença é progressiva, mas você consegue retardar a diálise em 10, 20 e até 30 anos ou prevenir totalmente", disse a nefrologista Maria Aparecida Arroyo.

Insuficiência renal é tratada como epidemia no país. Doença silenciosa atinge quase dois milhões de pessoas em todo o Brasil.

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Por:  Felipe Campos Estevão de Freitas    |      Imprimir