Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 28-05-2008

Após terremotos, China tem mais mortes com chuvas
Nos últimos dias morreram ao menos 50 pessoas no sul do país pelas chuvas. Número de mortos pelo terremoto já chega a 68 mil, com 364 mil feridos.
Após terremotos, China tem mais mortes com chuvas
Foto: Reuters

Após os tremores que abalaram a China em 12 de maio, o país sofre agora com chuvas torrenciais e com a possibilidade de inundações ao redor de uma represa natural formada por um deslizamento de terra na província de Sichuan, local mais afetado pelo terremoto.

De acordo com a agência de notícias Efe, 50 pessoas já morreram devido às fortes chuvas que atingiram o sul e o sudeste do país nos últimos dias. Segundo a agência oficial Xinhua, a província mais afetada foi a de Guizhou, com 36 mortes e 14 desaparecidos.

O tremor de 12 de maio já matou 68.109 pessoas e deixou 19.851 desaparecidos, segundo informou Lu Guangjin, porta-voz do governo chinês. O número de feridos chega a 364.552. No balanço anterior, era de 67.183 pessoas mortas e 20.790 desaparecidas.

Lagos
Segundo a agência Reuters, cerca de 150 mil pessoas tiveram que deixar suas casas ao redor do lago Tangjiashan, que ameaça transbordar. Quase 2 mil soldados foram enviados à região para as operações de drenagem e levaram dinamite ao lago para explodir barreiras de lama e destroços responsáveis por bloquear o curso de um rio.

Embora tenha pouco mais de 15 dias, o lago já tem água suficiente para encher 50 mil piscinas olímpicas e poderá causar um enorme estrago se transbordar.

O lago subiu para 725,3 metros na segunda-feira, ficando a apenas 26 metros do ponto mais baixo da barreira de contenção. No total, 28 "lagos de terremoto" ainda são considerados perigosos e 379 reservatórios de água danificados eram avaliados como de "alto risco", disse a Xinhua.

"O novo lago ameaça milhões de vidas na zona rio abaixo e qualquer negligência provocará novos desastres a pessoas que já sofreram por causa do terremoto", afirmou o vice-premiê Hui Liangyu.

Ajuda japonesa
Pela primeira vez a China permitiu a entrada de equipes de ajuda humanitária estrangeiras para auxiliar nos trabalhos de resgate e assistência aos desabrigados, entre eles grupos procedentes de Cuba, Rússia, Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Alemanha, França e EUA.

O pedido ao Japão, que confirmou a ajuda nesta quarta-feira (28), segundo a agência Kyodo, é a primeira vez que militares japoneses vão à China desde o final da Segunda Guerra Mundial.

No total, 40 países enviaram equipes de especialistas e voluntários a Sichuan, e muitos mais se encontram em caminho.

Trabalham na região dezenas de milhares de médicos chineses que vieram de todas as províncias do país asiático.

Filho único
O controle de natalidade na China foi aliviado para famílias que perderam o único filho no terremoto que devastou o país. O governo anunciou nesta segunda-feira (26) que pais de crianças mortas ou gravemente feridas podem conseguir permissão para conceber outro filho.

Desde os anos 70 é proibido por lei ter mais de um filho na China. A política foi lançada para controlar as altíssimas taxas de natalidade e facilitar a garantia de um bom sistema público de saúde e educação. Mas a lei admitia exceções para algumas etnias, famílias em áreas rurais e casais que já eram filhos únicos.

As regras de natalidade têm sido cada vez mais questionadas por famílias desafortunadas com a perda dos filhos no terremoto.

* Com informações da Reuters, Efe, AP e AFP

Após terremotos, China tem mais mortes com chuvas torrenciais
Nos últimos dias morreram ao menos 50 pessoas no sul do país pelas chuvas.
Número de mortos pelo terremoto já chega a 68 mil, com 364 mil feridos.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir