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Bush quer retirar Coréia do Norte da lista de patrocinadores

Ele anunciou decisão após norte-coreanos entregarem relatório sobre atividade nuclear.
Bush quer retirar Coréia do Norte da lista de patrocinadores

Foto: The New York Times

O presidente George W. Bush anunciou nesta quinta-feira (26) que os Estados Unidos têm a intenção de retirar a Coréia do Norte, em 45 dias, da relação dos Estados que supostamente patrocinam o terrorismo. Os EUA também prometem levantar parte das sanções comerciais ao país.

Nesse meio tempo, disse Bush, a Coréia do Norte vai continuar "sob observação" dos EUA.

O presidente dos EUA disse que continua "preocupado" com o processo de enriquecimento de urânio no país e com a possibilidade de os norte-coreanos dividirem essa tecnologia com outros países. Ele disse que "outros passos" terão de ser tomados pelos norte-coreanos até encerrar completamente o seu programa nuclear. "Esse não é o fim do processo, esse é só o começo do processo", disse Bush.

"Os Estados Unidos não têm ilusões sobre o regime de Pyongyang", disse Bush a jornalistas na Casa Branca. "Nós continuamos muito preocupados com os abusos dos direitos humanos, com as atividades de enriquecimento de urânio, testes e proliferação nuclear, programas de mísseis balísticos e a ameaça que ela continua a ser para a Coréia do Sul e seus vizinhos.

Em um aceno a seus aliados japoneses, Bush também alertou à Coréia do Norte que os EUA "não esquecerão" os seqüestros de japoneses pelos serviços secretos norte-coreanos ocorridos nos anos 70 e 80.

As declarações de Bush foram feitas depois que a Coréia do Norte entregou à China, com seis meses de atraso, um detalhado informe sobre seu programa nuclear, cumprindo condições impostas pela União Européia e por outros países.

Segundo o departamento norte-americano de Estado, o "pacote" tem dados não só sobre a produção de plutônio, mas também sobre as atividades de enriquecimento de urânio e de proliferação nuclear.

"Eixo do mal"
Em 2002, Bush havia incluído a Coréia do Norte, junto com o Irã e o Iraque, no "eixo do mal", um grupo de países que, supostamente, patrocinava o terrorismo e buscava obter armamentos nucleares. Agora, ele anunciou que vai manifestar ao Congresso a intenção de retirar a Coréia do Norte desta relação.

A inclusão nesta relação, na prática, impede a Coréia do Norte de receber empréstimos do Banco Mundial e de outros organismos internacionais.

As sanções americanas, sob a chamada Lei de Comércio com o Inimigo, promulgada em 1917, foram aplicadas pela primeira vez à Coréia do Norte em 1950. Esta legislação é imposta também a Cuba. Elas proíbem que as empresas dos EUA realizem negócios com os países sancionados.

Stephen Hadley, conselheiro de Segurança Nacional de Bush, disse que as sanções levantadas nesta quinta são "relativamente menores" e afetam principalmente quem tenta importar bens da Coréia do Norte e manter transações financeiras. "A Coréia do Norte continua sendo um dos regimes mais sancionados", disse. Ele também disse que, se a Coréia não cumprir suas obrigações, as sanções podem voltar, e novas sanções podem ser impostas.

Repercussão
A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse em Kyoto, no Japão, que os Estados Unidos esperam que a Coréia do Norte autorize o ingresso de especialistas em seu reator nuclear para comprovar a veracidade da declaração entregue nesta quinta.

"Nós acreditamos que temos os meios de verificar a complitude e a acurácia deste documento. Por exemplo, para verificar a quantidade de plutônio citada pela Coréia, nós temos documentos, mas nós também esperamos ter acesso ao núcleo do reator", disse, referindo-se ao reator nuclear norte-coreano em Yongbyon.

O governo da Coréia do Sul qualificou como "um progresso desejável" a entrega da declaração. "Esperamos que a decisão da Coréia do Norte leve à abolição de seu programa de armas nucleares", disse um porta-voz oficial sul-coreano.

O ex-inspetor de armas da ONU David Albright disse que a declaração de Pyongyang vai ser cuidadosamente comtrolada porque a Coréia do Norte já enganou a comunidade internacional no passado.

* Com informações da France Presse e da EFE

Bush quer retirar Coréia do Norte da lista de patrocinadores do terror em 45 dias
Ele anunciou decisão após norte-coreanos entregarem relatório sobre atividade nuclear.
País segue "sob observação", diz Bush, mas pode deixar o suposto "eixo do mal".

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Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir