Categoria Economia  Noticia Atualizada em 02-07-2008

Escassez de mão-de-obra qualificada ameaça crescimento
a falta de mão-de-obra qualificada pode ser um obstáculo ao projeto de crescimento de 5% ao ano anunciado pelo governo, aponta o jornal "The New York Times"
Escassez de mão-de-obra qualificada ameaça crescimento
Foto: Lalo de Almeida / The New York Times

Da Redação

A falta de mão-de-obra qualificada é um fator que ameaça o crescimento do Brasil, destaca o jornal norte-americano The New York Times desta quarta-feira. A reportagem "Procuram-se trabalhadores qualificados para a economia em crescimento no Brasil" lembra a projeção de crescimento proposta pelo governo Lula de 5% daqui até 2010, e entre 3% e 4% ao ano na década seguinte.

Porém, o país deve enfrentar a escassez de mão-de-obra altamente qualificada, particularmente engenheiros e técnicos profissionais, para atingir tal meta. "A falta de engenheiros de construção ameaça projetos de infra-estrutura; áreas como bancos, fabricação de aviões, petroquímica e metalurgia estão todas competindo pelos mesmos graduados de destaque. Nos setores de gás e petróleo que passam por um boom, as empresas estão recorrendo a mão-de-obra estrangeira porque não há brasileiros qualificados o suficiente", escreve o NYT.

Um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria apontou que mais da metade das 1.715 empresas industriais pesquisadas não conseguiam encontrar os trabalhadores qualificados que precisavam.

Isso tem feito com que empresas invistam no ramo de educação e treinamento para seus funcionários.

Na questão da educação, o jornal diz que o "sistema educacional do Brasil está em desarranjo". "Nos testes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico de desempenho acadêmico, realizados a cada três anos entre jovens de 15 anos de 57 países, os estudantes brasileiros ficaram na quarta pior colocação em ciências e na terceira pior em matemática", destaca o NYT.

Segundo um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o trabalhador médio brasileiro possui seis anos de escolaridade, em comparação a 10 anos na Coréia do Sul, 11 anos no Japão e 12 anos nos Estados Unidos e Europa.

Escassez de mão-de-obra qualificada ameaça crescimento do Brasil, escreve o The New York Times

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir