Líderes do Grupo dos Oito (G8), que reúne os sete países mais industrializados (Estados Unidos, Japão, Canadá, Itália, Reino Unido, França, Alemanha) e a Rússia
Foto: AP Toyako (Japão), 7 jul (EFE).- A cúpula do Grupo dos Oito (G8, sete países mais industrializados e a Rússia) começou hoje na ilha japonesa de Hokkaido com exigências de sete Estados africanos para que as nações mais ricas cumpram suas promessas de ajuda e impulsionem o desenvolvimento na África.
O G8, formado por Estados Unidos, Japão, Canadá, Itália, Reino Unido, França, Alemanha e Rússia, discutirá em três dias a crise mundial de alimentos, as pressões inflacionárias e a mudança climática, e na quarta divulgará um aguardado comunicado conjunto.
O G8 recebeu hoje os líderes de Etiópia, Argélia, Gana, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tanzânia, em um dia bastante chuvoso no qual continuaram chegando a Hokkaido chefes de Estado e de Governo de vários países.
Espera-se um comunicado do G8 sobre o desenvolvimento nestes três dias de reunião, apesar de os ativistas temerem que os países ricos voltem atrás em seus compromissos diante da atual crise econômica.
Um porta-voz japonês disse que os países africanos pediram ao G8 que exerçam liderança nas conversas entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e as economias do continente mais debilitadas pelos altos preços da commodity.
Os líderes africanos também relataram as dificuldades enfrentadas por seus países com a crise mundial de alimentos que, segundo o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pode se estender até 2012 devido, entre outros fatores, aos biocombustíveis elaborados a partir do milho e de vegetais oleaginosos.
"Não são necessárias mais promessas", disse em coletiva de imprensa conjunta com Zoellick o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Ban disse que o mundo enfrenta três crises: mudança climática, emergências de desenvolvimento e crise dos alimentos.
O secretário-geral da ONU pediu ao G8 que não volte atrás nas promessas feitas em cúpulas anteriores e advertiu que o desenvolvimento da África requereria ajudas de pelo menos US$ 62 bilhões para lutar contra as doenças infecciosas.
Além disso, o destaque do dia ficou por conta das explícitas divergências entre EUA e França sobre uma possível ampliação do G8 para incluir as cinco maiores economias emergentes do mundo, entre elas Brasil e México.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal japonês "Yomiuri", o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que o G8 precisa se transformar em G13, incluindo as cinco economias emergentes, para demonstrar que o bloco toma decisões "com justiça".
Diante do crescente poderio chinês, EUA e Japão não concordam com a idéia por considerá-la desnecessária.
Esta é a maior cúpula do G8 desde 1975, pois receberá até quarta-feira os líderes de 22 países: seus oito membros, sete economias avançadas - entre elas Brasil, México, China, Índia e África do Sul - e sete nações pobres.
Os países-membros do G8 são responsáveis por 58% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e emitem 60% dos gases causadores do efeito estufa.
Cúpula do G8 começa com queixas de países africanos
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