Categoria Geral  Noticia Atualizada em 07-07-2008

Sem acordo, funcionários dos Correios mantêm greve
Decisão foi tomada durante audiência de conciliação no TST, nesta manhã. Grevistas estão parados desde a semana passada.
Sem acordo, funcionários dos Correios mantêm greve
Foto: http://www.nijup.com

Os funcionários dos Correios decidiram, nesta segunda-feira (7), depois de uma audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, manter a greve iniciada na semana passada. Desde que a greve começou, 28 milhões de objetos estão retidos nos depósitos dos Correios, de acordo com o balanço divulgado pela empresa, na sexta-feira (4). O volume diário, em dias normais, é de 33 milhões de encomendas e correspondências.

O presidente do TST, ministro Rider Nogueira de Brito, propôs, durante a audiência de conciliação, que os funcionários dos Correios encerrassem a greve, iniciada em 1º de julho. Se os grevistas fizerem isso, ele se comprometeu a mediar a negociação entre os trabalhadores e a estatal. A proposta do ministro será levada às assembléias dos sindicatos em todo o Brasil, previstas para ocorrer ainda nesta segunda, a partir das 16h.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), Manoel Cantoara, disse acreditar, entretanto, que os funcionários não devem aceitar a proposta do ministro. "A empresa não quer negociar nada."

O superintendente executivo de Gestão de Pessoas dos Correios, Alberto de Mello, por sua vez, diz que a estatal não conseguirá atender às reivindicações dos grevistas. "É inviável", garante. Desde que a greve começou, Mello estima que 28 milhões de encomendas já deixaram de ser entregues em todo o Brasil.

Audiência
A audiência de conciliação começou por volta das 10h desta segunda. Na semana passada, o TST já havia determinado que 50% dos funcionários voltassem a trabalhar. Os Correios afirmaram que a ordem judicial foi cumprida e quase 60% dos funcionários estavam trabalhando. Já o sindicato da categoria dizia o contrário: 80% dos 55 mil funcionários estavam parados.

Os grevistas reivindicam a incorporação ao salário de um adicional de periculosidade de 30% e também querem negociar o plano de carreira. Esses pontos, segundo o governo, já estão sendo atendidos desde o fim do ano passado. Os funcionários pedem, ainda, a participação nos lucros.

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse, antes da audiência de conciliação, que acreditava em um acordo, apesar das divergências entre as partes.

Segundo a empresa, os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amapá não participam da paralisação. Já de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), apenas Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins não aderiram à greve.

Contas atrasadas
Muita dor de cabeça neste início de mês: contas que não chegam, correspondências empilhadas e empresas que não conseguem cumprir o prazo de entrega. Os consumidores têm de ficar atentos aos seus direitos e deveres.

Com relação às contas atrasadas que não chegam por conta da greve, o consumidor tem de ficar atento. De acordo com o Procon do Distrito Federal, se a conta não chegou, o consumidor tem de ligar para a fornecedora do serviço ou do produto e pedir uma forma alternativa de pagamento, o que a empresa é obrigada a fornecer.

Por exemplo, ela pode fornecer um código de barras ou, então, um número para depósito em conta corrente. Caso contrário, o consumidor não se livra da multa.

São Paulo
A entrega de nove milhões de correspondências, entre cartas e encomendas, está em atraso na Grande São Paulo e na Baixada Santista devido à grave dos funcionários dos Correios, segundo informou nesta segunda-feira (7) a assessoria de imprensa da empresa. O atraso varia de um a dois dias.

De acordo com os Correios, a adesão de carteiros e funcionários administrativos da empresa à paralisação nesta segunda-feira é de 15% dos cerca de 20 mil empregados da região metropolitana e da baixada. A adesão, segundo a empresa, foi de 17% na sexta-feira passada (4).

Sem acordo, funcionários dos Correios mantêm greve
Decisão foi tomada durante audiência de conciliação no TST, nesta manhã.
Grevistas estão parados desde a semana passada.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir