Categoria Policia  Noticia Atualizada em 08-07-2008

Clínicas de Rafael Ilha registram queda de clientes
Advogado do ex-Polegar diz que houve uma "baixa significativa". Vigilância Sanitária interditou clínica de Rafael em Juquitiba.
Clínicas de Rafael Ilha registram queda de clientes
Foto: Reprodução/TV Globo

As duas clínicas de reabilitação de dependentes químicos mantidas pelo ex-Polegar Rafael Ilha registraram uma queda no número de clientes desde a prisão dele, ocorrida em 1º de julho. Na última sexta-feira (4), a Vigilância Sanitária de Juquitiba, na Grande São Paulo, interditou parcialmente uma das clínicas do ex-cantor e determinou a retirada dos cerca de 35 pacientes em até 50 dias.

"Os pacientes estão indo embora. Houve uma baixa significativa, é um ataque muito grande ao patrimônio. A prisão dele está tendo reflexos financeiros, o que é uma condenação indireta", afirmou ao G1 o advogado do ex-Polegar, José Vanderlei Santos. Ele informou ainda não ter sido notificado até a manhã desta terça-feira (8) sobre a interdição da unidade em Juquitiba.

De acordo com a Vigilância Sanitária, a interdição ocorreu por falta de documentação e porque não foram feitas adequações pedidas pelo órgão municipal. Após a retirada de todos os pacientes, a clínica será totalmente interditada. A outra unidade que Rafael Ilha mantinha em Embu Guaçu, também na Grande São Paulo, está interditada desde abril, também por causa de problemas de documentação.

Santos informou que todas as adequações solicitadas pelos municípios estão sendo feitas. "A clínica será adequada às recomendações. O que foi solicitado já está sendo providenciado. O Rafael tem interesse em restabelecer a normalidade na vida dele e nas clínicas dele."

Muitos familiares começaram a tirar os internos das clínicas após a divulgação do caso, segundo o advogado. As unidades abrigavam, segundo ele, cerca de 80 pacientes e esse número foi reduzido em até 60% após a prisão do ex-cantor. "A mesma confiança que tiveram quando apresentaram os parentes deve se manter. Ele sempre se dedicou a essa empresa, as pessoas conheceram a empresa e não houve nenhuma mudança", afirmou.

A prisão
Rafael foi preso em flagrante na última terça-feira (1º) acusado de tentativa de seqüestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. Ele foi acusado de tentar, junto com outras duas pessoas, colocar à força em um carro a esteticista Karina Costa, de 28 anos. O ex-cantor informou à polícia que o ex-marido dela tinha entrado em contato e pedido para que a mulher fosse internada na clínica de reabilitação contra dependentes químicos do ex-Polegar.

O Grupo Polegar estourou em 1989, com a música "Dá Para Mim", e chegou a vender um milhão de discos. Rafael Ilha deixou o grupo em 1991. Depois disso, o ex-vocalista acumulou passagens pela polícia. Ele foi preso pela primeira vez em setembro de 1998, quando tentava assaltar pessoas num cruzamento para comprar drogas. Ele roubou um vale-transporte e uma nota de R$ 1 de uma balconista na Zona Sul de São Paulo.

No ano seguinte, ele foi detido por dirigir uma moto na contramão. Depois, foram duas outras prisões por porte de cocaína. Em 2000, o ex-integrante do grupo Polegar passou mal depois de engolir uma caneta, três isqueiros e uma pilha, durante uma crise de abstinência. Meses depois, ele ingeriu outras duas pilhas e precisou ser submetido a uma cirurgia, em um hospital de São Paulo, para a retirada dos objetos.

Em 2005, foi detido em Itapecerica da Serra, em frente à clínica dele, com uma arma calibre 380, com numeração raspada. Ele acabou autuado em flagrante por porte ilegal de arma. Em setembro de 2007, o ex-Polegar voltou à delegacia, mas como vítima. Rafael se dirigiu à residência de um jovem de 30 anos com intuito de convencê-lo a se internar. De acordo com a polícia, quando o homem percebeu a chegada do ex-vocalista, acabou fugindo em seu carro. Rafael passou a persegui-lo e, após um tempo, o jovem parou o carro e teria agredido o ex-cantor.

Clínicas de Rafael Ilha registram queda de clientes após prisão
Advogado do ex-Polegar diz que houve uma "baixa significativa".
Vigilância Sanitária interditou clínica de Rafael em Juquitiba.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir