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Começa cerimônia para o enterro de Dercy Gonçalves

Corpo será enterrado em pé, um pedido da própria atriz. Antes, procissão percorreu as ruas da cidade
Começa cerimônia para o enterro de Dercy Gonçalves

Foto: Dório Victor/G1

Fãs lotam o cemitério de Santa Maria Madalena, na Região Serra, onde acontece o enterro da atriz Dercy Gonçalves. O corpo será enterrado em pé no mausoléu da atriz, construído em forma de pirâmide.

Antes, o corpo de Dercy Gonçalves saiu em procissão pelas ruas da cidade ao som de uma marcha fúnebre. De lá, seguiu para a igreja da cidade, onde foi celebrada uma missa.

Atriz será enterrada em pé

O desejo de ser enterrada em pé partiu da própria Dercy, segundo informou a sobrinha da atriz, Lucy Freitas, 57 anos, o objetivo é atender "parcialmente" a um pedido da atriz.

"Na verdade, ela queria que, quando morresse, fosse levada para Madalena em pé e em um carro dos bombeiros, como se ela estivesse dando tchau para as pessoas. Claro que isso não seria possível (risos). Por isso, decidimos hoje (22) enterrá-la em pé. A cova tem profundidade para isso. Dercy será polêmica até o fim", disse. E completou: "É uma pirâmide de cristal com 10 milímetros de espessura. Foi ela (Dercy) quem projetou. Ela sabia direitinho como queria ser enterrada", ressaltou Lucy.

Na noite de segunda-feira (21), o velório terminou em clima de seresta. E não podia ser diferente nesta terça. O cantor Pedro Garcia cantou a música Uma Estrela Que Brilha, de autoria própria em homenagem à atriz.

"Morreu a Dolores, mas continua viva em nossas mentes a Dercy Gonçalves", disse.

Sobrinho lembra dificuldades que Dercy enfrentou
Um dos sobrinhos de Dercy Gonçalves estava presente na chegada do caixão à Santa Maria Madalena. O funcionário público aposentado Carlos Chamberlini, de 74 anos, contou que se lembra das dificuldades enfrentadas pela atriz no começo da carreira, e fica orgulhoso ao falar que ela conseguiu superar os obstáculos para firmar seu nome na história do país.

"E muito interessante vermos toda a trajetória da vida de Dercy. Ela sempre conseguiu brilhar, mesmo depois de ter enfrentado vários desafios para se tornar atriz. Desafios entre aspas, porque naquela época tudo era difícil de se fazer, principalmente para uma mulher. Era um exemplo de vida, uma pessoa boa e amada por todos. Vamos sentir saudades", disse.

Seresta espanta a tristeza no velório

Na noite de segunda-feira (21), a seresta veio de uma dupla de músicos da região, Gerdal Signorelli, 54 anos, e Sávio Melengário, 30. O objetivo, segundo eles, foi tentar espantar o clima de tristeza do local.

Gerdal, que é ex-prefeito da cidade, também é médico e era muito amigo de Dercy, conforme ele próprio disse durante uma música e outra.

"Tenho certeza de que ela gostaria de ver isso. Dercy era uma pessoa alegre, não gostava de tristeza. Ela é um ícone para nós, passou a vida intera dela falando da nossa cidade. Ela teve isso como bandeira na sua vida. Convivi com ela por muitos anos, éramos muito amigos. Ela vai fazer falta na minha vida", disse.

Apesar da música, o clima ainda era de tristeza durante o velório. Moradores de Madalena foram se despedir da atriz até as 23h, quando as portas do clube se fecharam. Um dos últimos que saíram do local foi o presidente o fã-clube Dercy- A Estrela Que Brilha, o vereador Nestor Lopes. O fã-clube fica em Madalena.

"Tenho mais de sete mil fotos da carreira de Dercy, e cerca de duas mil reportagens e 100 fitas VHS dela. Para mim foi uma perda muito grande. É diferente admirar uma artista, e admirar uma artista que é uma amiga pessoal, que foi o meu caso. É uma grande perda não só para mim, mas também para a nossa cidade", disse.

Corpo também foi velado na Alerj
O corpo de Dercy foi velado no domingo e na manhã de segunda-feira (21) na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro da cidade.

Aos 101 anos, Dercy Gonçalves morreu às 16h45 de sábado (19) no Hospital São Lucas, em Copacabana, Zona Sul do Rio. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Dercy foi internada na madrugada do próprio sábado, com um quadro de pneumonia comunitária grave, que evoluiu para insuficiência respiratória.

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Por: Giulliano Maurício Furtado | Imprimir