Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 30-07-2008

Pai diz que bebê morreu por falta de socorro
Segundo pai, funcionárias da creche não observaram criança. Para instituição, morte do menino foi uma fatalidade
Pai diz que bebê morreu por falta de socorro
Foto: globo.com

O pai do bebê Gabriel, de 7 meses, que morreu numa creche na Zona Norte de São Paulo, afirmou na tarde desta quarta-feira (30) que seu filho morreu por falta de socorro e não por causa de refluxo gastrointestinal.

"O meu filho estava com saúde. Não houve atendimento para o meu filho, não tinha pessoas preparadas [na creche]", afirmou o operador de máquina Júlio César Ribeira. Ele foi até o 90º Distrito Policial (Parque Novo Mundo) para falar com a imprensa.

Antes, a família estava insistindo que havia alertado a creche de que o garoto sofria de refluxo, o que poderia ter causado a morte. Nesta quarta-feira (30), o pai disse que o filho tinha um refluxo comum a todas as crianças em sua idade. "O refluxo não teve influência nenhuma na morte do meu filho. Ele não teve socorro. Não houve resgate a tempo e meu filho morreu", afirmou Ribeira.

A administração da creche Pedacinho da Lua diz que nada foi avisado à instituição. Os advogados da creche informaram que a ficha médica da criança e um diário onde há troca de informações entre os pais e o pessoal da creche foi entregue à Polícia Civil nesta quarta. Segundo os advogados, em nenhum dos documentos consta o refluxo. Para a instituição, a morte da criança foi uma fatalidade. Ribeira insiste que sua mulher escreveu no diário sobre o problema e disse esperar que o delegado peça perícia no material para saber se algo foi alterado.

O pai disse ter chegado à creche entre 14h12 e 14h15 para pegar o bebê e só depois de esperar um tempo na porta recebeu a notícia de que seu filho estava passando mal. Ribeira acha que as funcionárias da creche só perceberam que o menino estava sem respirar quando o pai chegou para pegá-lo. Segundo ele, o telefone para o resgate só foi feito às 14h18.

Advogado da creche
Questionado sobre a declaração de Ribeira dada nesta quarta-feira, um dos advogados da creche, Alberto Rinaldi, afirmou que o pai da criança está mudando sua versão sobre a morte pela terceira vez. "Precisa se arrumar um culpado para a história e é isso que eles [os pais] estão tentando fazer. Nós estamos trazendo a verdade para a autoridade policial", declarou o defensor. Segundo ele, a criança foi bem cuidada na creche e não faltou atendimento.

Rinaldi garantiu que o conteúdo do diário da criança não foi modificado. Segundo ele, pode ser feita perícia para atestar se o material sofreu alterações. "A escola tem lisura e transparência no que faz", afirmou o advogado.

O bebê Gabriel, de 7 meses, morreu na sexta-feira (25), na creche onde estava, na Zona Norte. O pai ainda levou o filho ao pronto-socorro na tentativa de salvá-lo. Durante o atendimento, os médicos encontraram restos de alimento na garganta do bebê. O resultado do exame toxicológico da criança deve sair em 30 dias.

Fonte:

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Por:  Giulliano Maurício Furtado    |      Imprimir