Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-08-2008

População queima delegacia após morte de jovem no PA
Fachada da fórum de Viseu, no Pará, após incêndio provocado por moradores da cidade, revoltados com a morte de um adolescente de 16 anos por um policial militar
População queima delegacia após morte de jovem no PA
Foto: Carlos Roberto Mendes/ O Liberal/AE

Carlos Mendes
Em Belém (PA)

Revoltada com a morte de um adolescente de 16 anos por um policial militar, a população de Viseu, município paraense localizado na divisa com o Maranhão, foi para as ruas, invadiu e incendiou o fórum e a delegacia de polícia, depois de libertar todos os presos. O juiz da comarca, César Augusto Rodrigues, teve que pular o muro da casa onde mora, ao lado do fórum, para fugir do local. A residência dele foi saqueada. Todos os processos que estavam no local foram queimados, inclusive os eleitorais.

Outros prédios públicos foram apedrejados e veículos destruídos pela multidão. Três militares envolvidos no crime foram afastados das funções e retirados da cidade. A Polícia Militar (PM) enviou reforço de 70 homens do Comando de Missões Especiais, de Belém, para restabelecer a ordem na cidade. "É lamentável o que aconteceu. Me senti uma autoridade impotente e tive que contemplar a destruição do fórum", disse o juiz. Ele teve que sair de Viseu de helicóptero, junto com outros servidores.

A morte do jovem ocorreu na noite de ontem, quando policiais receberam denúncia anônima de que um grupo de jovens fumava maconha em uma rua do bairro Piçarreira, na periferia da cidade. Os militares foram para o local, mas ao dar voz de prisão ao rapaz, os agentes alegaram terem sido hostilizados pelo adolescente, que estaria empunhando uma faca. O cabo conhecido por Dos Santos disse que houve luta corporal com o jovem. O tiro disparado pelo PM seria em "legítima defesa".

População queima delegacia após morte de jovem no PA.

Fachada da fórum de Viseu, no Pará, após incêndio provocado por moradores da cidade, revoltados com a morte de um adolescente de 16 anos por um policial militar.

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir