Salim Hamdan foi declarado culpado por apoio material ao terrorismo. Promotoria havia pedido pena de pelo menos 30 anos de prisão.
Foto: Reuters Salim Hamdan, ex-motorista do líder terrorista Osama bin Laden, foi condenado nesta quinta-feira (7) a 66 meses (5 anos e meio) de prisão pelo crime de "apoio material ao terrorismo".
O promotor do tribunal militar americano de Guantánamo (Cuba) havia pedido uma pena "de no mínimo 30 anos" para Hamdan.
Os promotores disseram que, de 1998 a 2001 transportou armas para a rede al-Qaeda, liderada por Bin Laden, e que ele estava totalmente ciente de que a organização era de natureza terrorista.
Considerando o tempo que Hamdan já ficou preso na base americana de Guantánamo, a sentença soma apenas mais cinco meses de prisão.
Mas o Pentágono já deu a entender que não pretende libertá-lo depois desse prazo. Como todos os detidos em Guantánamo, Hamdan tem o status de "combatente inimigo", o que permite que as autoridades americanas o mantenham preso indefinidamente.
Desculpas
A defesa havia pedido uma pena inferior a 45 meses de prisão e já informou que vai recorrer. "Ele tomou uma série de más decisões", disse a respeito de Hamdan Charles Swift, um de seus advogados. Segundo Swift, seu cliente "não oferece mais risco".
Segundo o advogado, Hamdan se mostrou "muito cooperativo" com as forças americanas depois da sua prisão, guiando-o a várias bases da al-Qaeda.
Na quarta-feira, Hamdan falou pela primeira vez desde o início do julgamento, em 21 de julho. "Foi triste e desolador ver essas mortes inocentes", disse ele sobre as supostas vítimas da al-Qaeda. "Apresento minhas desculpas pessoais se, com meus atos, causei dano a alguém."
"Hamdan era só um peixe pequeno no tanque da al-Qaeda", disse à France Presse Jonathan Drimmer, professor de direito especializado em crimes de guerra. Para o professor, Hamdan foi escolhido para ser um "teste" para o sistema judicial criado pelos EUA para julgar os acusados de terrorismo. Ele disse esperar que os próximos julgamentos em Guantánamo sejam casos "bem mais complicados".
Este foi o primeiro julgamento por crimes de guerra realizado por um tribunal militar norte-americano desde o final da Segunda Guerra Mundial.
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Salim Hamdan foi declarado culpado por apoio material ao terrorismo.
Promotoria havia pedido pena de pelo menos 30 anos de prisão.
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