Após alguns anos como consultor empresarial e educador, pude observar alguns comportamentos e ações de pequenos e médios empresários que os levam a dificuldades no direcionamento de seus negócios.
Foto: km-stressnet.blogspot.com Após alguns anos como consultor empresarial e educador, pude observar alguns comportamentos e ações de pequenos e médios empresários que os levam a dificuldades no direcionamento de seus negócios. Por incrível que pareça, apesar da facilidade atual de comunicação, troca e acesso a informações, muitos ainda não conseguem se situar num novo contexto empresarial de contínua mudança e inovação.
Vejam algumas das falhas gerenciais observadas:
Acreditar que pode-se resolver problemas gerenciais comprando um software qualquer de prateleira ou aquele "programinha" cuja cópia foi fornecida por um amigo.
Na maioria dos casos, novos problemas são criados como, por exemplo, a utilização de um software inadequado ao seu negócio (às vezes compra-se um canhão para matar uma formiguinha), falta de assistência técnica, dificuldade de operação, informatização de processos falhos, etc.
Não distinguir ou separar as despesas pessoais com os custos e despesas do negócio.
Esta é uma situação muito comum, que leva a maioria das pequenas empresas a uma completa descapitalização, dificuldade de cumprir seus compromissos e jamais conhecer o verdadeiro resultado do seu negócio.
Achar que calcular preço é calcular uma taxa de marcação, em vez de adotar um sistema de custos conforme o produto e o mercado.
Certa vez, ao perguntar a uma pequena empresária como ela calculava seu preço de venda, obtive a seguinte resposta: "Ora, Sr. Otávio, eu vou a São Paulo, compro as mercadorias e multiplico por 3. Pronto, é só vender". Mesmo assim, insisti: "Mas porquê por 3"? E a resposta: "Ora, é 1para pagar os custos da viagem , 1para pagar os custos da mercadoria e 1é o meu lucro!".
Pensar em sobreviver em seu negócio, sem se preocupar em agregar valor ao seu produto/serviço.
O cliente de hoje exige constantes inovações, o que era bom ontem, pode não ser bom hoje. Para isso, são necessárias atualizações constantes, sem perder de foco as tendências do mercado.
Acreditar que a economia é o principal indicador de sucesso ou fracasso de seu negócio e acomodar-se.
Se as coisas vão mal, sempre haverá um culpado. Ou são os funcionários, ou seu sócio ou o governo. Dificilmente o empresário pára para refletir quanto à sua postura ou comportamento frente ao negócio. Acha que tudo e todos devem mudar, menos ele próprio. Isso desencadeia outros problemas: alta rotatividade de funcionários, dificuldade com fornecedores e, o pior, perda elevada de clientes e receita.
Acreditar que dá para dirigir uma empresa sem buscar conhecimentos gerenciais e informações empresariais.
Este empresário tem certeza que o importante é a técnica produtiva, e menospreza os conhecimentos gerenciais. Às vezes delega, mas não houve sugestões e crê que a forma empírica que sempre empregou é a melhor, que controles gerenciais não passam de burocracia e perda de tempo.
Achar que o cliente é bobo e tentar conquistá-lo com campanhas escusas, tentando sempre levar vantagem, não importando como.
É um equívoco utilizar-se das famosas e manjadas liquidações fantásticas, do tipo "80% de desconto", deixando de lado o relacionamento e a fidelização do cliente a longo prazo.
Achar que o futuro lhe será promissor, como uma dádiva, sem que ele seja planejado com responsabilidade.
Acreditam sempre que planejamento é coisa para grandes empresas e que o importante é, como dizem, o "fazejamento". E vão seguindo sem rumo, sem direção e contando com a sorte, não se sabe até quando.
E você? Tem algumas destas falhas? Se tem, o que tem feito para saná-las?
Otávio Lelis Borges - Superintendente da CDL Vitória
Fonte: www.cdlvitoria.com.br
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