Categoria Economia  Noticia Atualizada em 19-08-2008

Estaleiros e usinas criam profissões no Estado
A chegada de dois estaleiros e usinas aquecem ainda mais o mercado de trabalho de Norte a Sul do Estado com a criação de profissões, abrindo mais de 9,3 mil vagas de emprego, com salários a partir de R$ 800,00.
Estaleiros e usinas criam profissões no Estado
Foto: www.fne.org.br

A chegada de dois estaleiros e usinas aquecem ainda mais o mercado de trabalho de Norte a Sul do Estado com a criação de profissões, abrindo mais de 9,3 mil vagas de emprego, com salários a partir de R$ 800,00. Algumas oportunidades de emprego são inéditas, como engenharia naval e arquitetura naval. Outras já são praticadas no Estado, mas com o anúncio dos novos negócios, quem pensa em conquistar uma vaga de emprego, a dica é investir em qualificação, com ênfase nas áreas de atuação que surgem a partir de agora. O diretor do Consórcio Metalmecânico do Espírito Santo (Metalmec), José Maria Vieira de Novaes, disse que a maioria das vagas têm qualificação no Estado. Quem está de olho em uma chance, deve ficar atento, pois após a divulgação da instalação, as empresas começam a buscar formação de mão-de-obra. Sobre a chegada do estaleiro Jurong Brasil, em Barra do Riacho, Aracruz, anunciada oficialmente ontem, e de outro em Presidente Kennedy, no Sul do Estado, que vai ficar no complexo industrial da Ferrous Resources do Brasil Ltda, o diretor-regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), Robson Santos Cardoso, disse que a tendência é gerar mais mão-de-obra do que outras empresas já sediadas no Estado, quando entrarem em operação. "Para construir um navio e plataforma, por exemplo, precisa de muitos soldadores, caldeireiros, mecânicos e eletricista. É necessário mão-de-obra, diferente de algumas empresas que contratam muita gente na construção, mas na hora de entrar em operação ela não precisa de muita gente porque é automatizada". No segmento de usinas, tanto na siderúrgica chinesa Baosteel, em Anchieta quanto na Ferrous também há muitas oportunidades de trabalho. Mas algumas profissões estão entre as mais demandas nos dois ramos. Um dos casos é de mecânica. Quem já está saindo na frente para garantir uma vaga é José Oliveira da Silva, 33 anos. Ele cursa mecânica industrial no Senai. "Estou me qualificando e, com certeza, estarei na disputa por uma vaga de trabalho". As áreas de atuação NA USINA Engenheiro metalurgista - Vai cuidar para que o processo de produção seja feito da forma mais econômica possível, do ponto de visto de redução de combustível, do controle da queima, respeitando os parâmetros de qualidade. É preciso ter formação superior. Salário: R$ 2 mil (recém-formados) a R$ 12 mil (master) Engenheiro químico - Apto a aperfeiçoar e elaborar novos métodos para fabricação de produtos químicos, conseguir um melhor controle de qualidade, fiscalizar a montagem de instalações novas ou modificações de instalações já existentes, além de inspecionar e coordenar atividades dos trabalhadores encarregados dos equipamentos e sistemas químicos. Formação superior. Salário: R$ 2 mil (recém-formados) a R$ 12 mil (master) Engenheiro mecânico - Cuida do desenvolvimento do projeto, da construção e manutenção de máquinas e equipamentos, assim como gerencia a equipe mecânica e elétrica, atuando na coordenação da equipe de manutenção. Fundamental ter formação superior. Salário: R$ 2 mil (recém-formados) a R$ 12 mil (master) Engenheiro eletricista - Planeja, executa projetos nas áreas de eletrotécnica e eletrônica, além de supervisionar equipes de eletricista. Necessário nível superior. Salário: R$ 2 mil (recém-formados) a R$ 12 mil (master) Engenheiro de qualidade - Gerência a qualidade do produto para atender às especificações do cliente, desde início da produção, chegada de insumos como calcário e carvão até o produto final. É preciso ser graduado. Salário varia de R$ 2 mil (recém-formados) a R$ 12 mil (master) Apoio jurídico - A atuação é voltada principalmente para a questão comercial, por exemplo, cuidando das relações trabalhistas da empresa com os empregados, com os prestadores de serviço e órgãos governamentais. Necessário ser formado em Direito. Salário médio: R$ 4,5 mil Instrumentação - Atua fazendo a parte de instalação de equipamento de medição e controle, por exemplo, de válvulas, sensores de temperatura e vazão. É necessário ter formação técnica. Média salarial: R$ 2,5 mil Técnico de suprimento e contrato - Se preocupa, entre outras questões, com o atendimento às necessidades para a operação de uma usina, como compra de insumos, calcário e carvão. Além disso, fica responsável pelos contratos de manutenção, de fornecimento de transporte e de serviços de movimentação de cargas em geral. É necessário ter curso superior, normalmente em Administração, Economia ou Ciências Contábeis. Média salarial: R$ 2,5 mil Mecânico - Responsável em manter a usina operante, fazendo uma manutenção preventiva, especialmente. Vale lembrar que a produção de pelotização, por exemplo, deve ser ininterrupta, por isso os equipamentos têm que estar em bom estado. A formação técnica é essencial. Média salarial: 1,3 mil Eletricista - Assim como o mecânico, esse profissional tem a missão de não fazer a usina parar, no que diz respeito a parte elétrica. Ele também faz a manutenção corretiva, semelhante à função do mecânico. Isso significa que se por acaso for detectado um defeito, a equipe tem que estar pronta para fazer uma intervenção e, conseqüentemente, a correção o mais rápido possível. Para atuar nessa área é necessário ter formação técnica. MéDia salarial: R$ 1,3 mil Almoxarifado - Encarregado de fazer a movimentação de carga, de recebimento e despacho para a usina. Preferencialmente para quem tem ensino médio profissionalizante. Salário médio: R$ 800,00 NO ESTALEIRO Arquiteto naval - É um profissional que cuida da arquitetura, do design do que vai ser fabricado, bolando quartos, restaurantes, pensando no resultado final do trabalho. Necessário curso superior. Salário varia de R$ 6 mil a R$ 8 mil Engenheiro naval - Projeta estruturas, motores e os demais componentes de navios, considerando a quantidade de carga ou de passageiros a ser transportado, a distância a ser percorrida e local de operação (rios, mares ou oceanos). Também vai supervisionar os técnicos e operários, verificando a matéria-prima utilizada, bem como métodos de trabalho. Precisa ter curso superior. Salário médio inicial: R$ 3 mil Técnico de instrumentação - Com competências e habilidades para planejar, supervisionar e montar equipamentos para medição e controle de processos industriais, por meio de instrumentos, sistemas e processos automatizados, controlando navio ou plataforma. Necessário curso técnico. Salário médio: R$ 2 mil Mecânico montador - É o profissional que vê um desenho e sabe montar as peças de um navio ou plataforma, reparos de embarcações, sonda de perfuração, por exemplo. é preciso formação técnica. Salário médio: R$ 1,4 mil Soldador - Vai soldar aquelas partes que foram montadas. Eles atuam como parceiros dos mecânico montadores. Preciso ter curso técnico. Salário médio: R$ 1,4 mil Caldeireiro - Fabrica e repara peças e equipamentos de caldeiraria em materiais ferrosos e não-ferrosos, executando trabalhos individualmente em linha de produção, em célula de produção e em parceria com outros profissionais, utilizando normas, procedimentos, especificações e desenhos técnicos referentes ao produto a ser fabricado. Formação técnica. Média salarial: R$ 1,3 mil Projetista - Quem transforma o projeto básico da construção em projeto detalhado para a execução do serviço. Ele desenha aquilo que o mecânico vai montar e que o soldador vai soldar. Salário médio: R$ 1,2 mil Pintor industrial - Pinta as estruturas de navios, plataforma, usando sempre uma pintura específica, além do jateamento e tirando toda a ferrugem. Vale destacar que a pintura tem uma importância crucial para o resultado, uma vez que é ela que vai dar a proteção final ao equipamento, plataforma para, por exemplo, agüentar água salgada. Formação: ensino médio profissionalizante, preferencialmente. Salário médio: R$ 1,1 mil Operador de empilhadeira - Faz carga e descarga, conferência de cargas. Recomendável ensino médio completo e cursos na área. Salário médio: R$ 1 mil Ajudante de mecânico - Auxilia a fazer a movimentação das peças. Recomendável ensino médio profissionalizante. Salário médio: R$ 800,00 Almoxarifado - Tem a missão de fazer a parte da movimentação de carga, de recebimento e despacho para o estaleiro. Ideal para quem tem ensino médio profissionalizante. Salário médio: R$ 800,00 Indústria vai contratar 3.500 para estaleiro Um dos grandes empreendimentos previstos para o Espírito Santo será a construção de um estaleiro pela Jurong Brasil, em Barra do Riacho, Aracruz. A empresa, oriunda de Cingapura, estima contratar 3,5 mil trabalhadores para a fase das obras e outros 5 mil quando entrar em operação. O anúncio foi feito na tarde de ontem, depois de um encontro no Palácio Anchieta, onde se reuniram representantes da empresa, do governo, empresários e políticos, para a assinatura do protocolo de intenções que dá a partida para a realização do projeto. O diretor-presidente da Jurong Brasil, Martin Cheah Kok Choon, disse que a reunião foi decisiva para que a empresa escolhesse o Espírito Santo para a implantação do estaleiro. Havia possibilidade do negócio ser executado no Rio de Janeiro ou em São Paulo, porém, entre outras questões, a estabilidade econômica e política do Estado pesaram a favor dos capixabas. "Será um investimento maior porque a área fica em mar aberto e vai ser necessário construir uma infra-estrutura a fim de proteger o estaleiro. Por outro lado, há algumas coisas que compensam: construir um estaleiro não é apenas a parte física, depende também de um ambiente de negócios favorável", comentou Martin, segundo a tradução do secretário estadual de Desenvolvimento, Guilherme Dias. O projeto começa a ser elaborado em duas semanas e a estimativa da empresa é de investir R$ 500 milhões para a construção do estaleiro, no qual serão feitas sondas de perfuração, barcos de apoio, plataformas, além de reparos de navio. Guilherme Dias acredita que, até meados de 2009, as obras serão iniciadas. A previsão é de dois anos de construção, período durante o qual 3,5 mil operários vão ser contratados, entre eles, pedreiros, ferreiros e engenheiros. Já para entrar em atividades, serão 5 mil profissionais. "Vai de marceneiro a químico, de técnico em eletrônica a pintor, de soldador a auxiliar", relacionou Sergio Machado, presidente da Transpetro. A área, de um milhão de metros quadrados, foi cedida pela Aracruz Celulose. "De certa maneira, é uma área estratégica, mas entendemos que é do interesse do Espírito Santo que a Jurong venha para cá. E, para nós, é importante maximizar esse compromisso que temos com a sociedade", destacou Walter Lidio Nunes, diretor de operações da empresa.

Fonte: Tribuna On-line
 
Por:  CDL Marataízes e Itapemirim    |      Imprimir