Mulher acompanha evolução do mercado de ações em Xangai nesta terça-feira.
Foto: Aly Song/Reuters da Folha Online
Atualizado às 06h15.
As Bolsas da Ásia fecharam no vermelho nesta terça-feira sofrendo o resultado do terremoto causado pelo pedido de concordata do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (15). Os mercados da região têm seu segundo dia de perdas e seguem a tendência das Bolsas de todo o mundo, que ontem tiveram o dia de maiores quedas desde o 11 de Setembro.
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O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio (Japão), fechou o dia em queda de 4,95%, aos 11.609,70 pontos, no seu primeiro dia após o anúncio --na segunda os mercados japoneses não abriram devido a um feriado local.
"Chegou a haver otimismo com a expectativa de que o governo dos EUA e o Fed [o Banco Central americano] pudessem eventualmente salvar o Lehman, e agora os investidores querem vender tudo em pânico", afirmou Soichiro Monji, diretor do setor de estratégia da Daiwa Investimentos.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 5,44%%. A Bolsa de Seul, que chegou a ser paralisada ao longo do dia devido suas fortes perdas, registrou a pior queda entre as asiáticas --o índice Kospi fechou aos 6,10% negativos. A Bolsa de Xangai, na China, caiu 4,47%.
Somente a Bolsa de Jacarta (Indonésia) conseguiu inverter a trajetória de perdas e acabou o pregão com aceleração de 0,95%.
A retração na Ásia é resultado direto de mais um desdobramento da crise desencadeada ontem, com a concordata do Lehman Brothers. O anúncio do banco é mais um episódio da crise dos créditos "subprime", que abala o sistema financeiro americano há cerca de um ano e está na origem da desaceleração das economias centrais.
Há semanas, o mercado segue o "drama" do banco de investimentos à procura de um comprador e ainda sob expectativa de uma operação de resgate do governo dos EUA, em moldes semelhantes ao ocorrido com a Fannie Mae e a Freddie Mac, gigantes do setor hipotecário.
As duas expectativas foram frustradas: a "solução de mercado" se perdeu, com a desistência dos potenciais compradores --primeiro, o banco coreano KDB, e depois, o britânico Barclays-- e com a indicação do governo americano de que não resgataria o banco de investimentos.
Pessimismo
A derrocada das Bolsas mundiais ontem começou logo pela manhã, com os mercados asiáticos. A Bolsa indiana despencou 5,4%, enquanto Taiwan perdeu 4,1%. Depois, o nervosismo contagiou os mercados europeus e americanos. Em Londres, a Bolsa local caiu 3,92% enquanto o mercado francês retraiu 3,78% e Frankfurt registrou perda de 2,74%.
Nos EUA, as Bolsas de Valores exibiram seus piores números desde os ataques terroristas de 11 de Setembro: o mundial influente índice Dow Jones retrocedeu 4,42%, enquanto o Nasdaq teve baixa de 3,59%.
A Bovespa liderou a queda nesta segunda-feira, quando o Ibovespa despencou 7,59% e recuou para os 48.416 pontos.
Bolsas da Ásia fecham em fortes quedas com reflexo da crise nos EUA.
Mulher acompanha evolução do mercado de ações em Xangai nesta terça-feira.
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