Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-09-2008

Rafael Ilha nega ter aplicado medicamento em paciente que morreu
Rafael disse � imprensa apenas que � um momento de tristeza
Rafael Ilha nega ter aplicado medicamento em paciente que morreu
Foto: Carolina Iskandarian/G1

O ex-integrante do Grupo Polegar Rafael Ilha negou, em depoimento nesta sexta-feira (26), ter mandado aplicar inje��es no rapaz de 31 anos que morreu dia 19 ap�s tentar se internar na cl�nica do cantor, em Embu Gua�u, na Grande S�o Paulo. Segundo a pol�cia, duas amigas da v�tima disseram na delegacia que o homem, que seria viciado em crack, teria recebido duas aplica��es por funcion�rios da Comunidade Terap�utica Ressurrei��o em um momento de crise na casa de amigos.

O delegado do caso, Leonardo Piglionico, afirmou que, se ficar comprovada a ordem de Ilha, ele pode responder por homic�dio doloso. "Seria o caso de dolo eventual. Ele assume o risco (de causar mal)", disse. Apesar disso, ele demonstrou cautela em incriminar o ex-Polegar. "Vamos esperar o laudo do IML com a causa da morte. � isso que me interessa saber".

Usando �culos escuros, Ilha chegou � delegacia �s 10h45 e entrou com seu Uno em alta velocidade. Ele saiu da mesma forma ao meio-dia e n�o falou com a imprensa. Apenas quando chegou, disse: "� um momento de muita tristeza". Ao delegado, afirmou que n�o existem m�dicos e nem s�o ministrados rem�dios em sua cl�nica de dependentes qu�micos "a n�o ser por m�dicos particulares", como relatou Ilha ao escriv�o.

Segundo consta no inqu�rito, o pr�prio pai do paciente ligou para Ilha, pedindo que internasse seu filho. O ex-Polegar, ent�o, pediu que tr�s funcion�rios seus fossem buscar o rapaz na casa de amigos no Socorro, Zona Sul da capital. Ilha admitiu ter "v�nculo de amizade" com o homem, que ficou por 11 meses na Comunidade Terap�utica Ressurrei��o por 11 meses. A alta foi em maio de 2008.
Agitado

O ex-Polegar contou que o homem "estava vivo, mas n�o tinha o que fazer" quando chegou ao hospital. Foi o pr�prio Ilha quem assumiu a dire��o do carro e levou o paciente para o pronto-socorro. "Na hora em que olhei aquela situa��o, entrei no carro", contou em depoimento, ressaltando que a v�tima n�o chegou a entrar na cl�nica. Tudo teria acontecido em frente ao port�o.

Em seguida ao depoimento de Ilha, que havia faltado � primeira intima��o na ter�a-feira, quem falou ao delegado foi um funcion�rio que se identificou apenas como Sidnei, de 31 anos. Ele foi dos tr�s que foram buscar o paciente. Sidnei, que disse ser ex-paciente da cl�nica, negou ter aplicado inje��es, mas afirmou que o homem apresentava sinais de crise por causa do consumo da droga. "Tentamos acalm�-lo. Conversar com ele", disse.

De acordo com as informa��es do boletim de ocorr�ncia, Ilha contou que a v�tima estava "havia 48 horas usando crack" na sexta-feira, dia da morte. Ele assegurou ao delegado que levaria o Uno para a per�cia, pois ali ainda estariam vest�gios do v�mito do rapaz, que teve uma crise de convuls�o. Este teria sido o mesmo ve�culo usado para busc�-lo.

Piglionico disse ter demonstrado irrita��o ao saber das declara��es de Sidnei quando ele negou ter aplicado as inje��es. "Elas (as duas amigas da v�tima) contaram ontem (quinta) que viram darem as duas inje��es. Depois da segunda, ele arriou", contou o delegado. Para ele, Ilha pode se responsabilizado criminalmente no caso. "Eu n�o acredito que eles (os funcion�rios da cl�nica) andem com drogas injet�veis sem a autoriza��o de algu�m".

Hist�rico


Rafael Ilha tem passagens pela pol�cia. Ele foi preso em flagrante no dia 1� de julho por tentativa de seq�estro, forma��o de quadrilha e usurpa��o de fun��o p�blica. A acusa��o era de tentar, junto com outras duas pessoas, colocar � for�a em um carro a esteticista Karina Costa, de 28 anos.

O cantor, que estourou em 1989 no Polegar, foi preso pela primeira vez em setembro de 1998, quando tentava assaltar pessoas num cruzamento para comprar drogas. Ele roubou um vale-transporte e uma nota de R$ 1 de uma balconista na Zona Sul de S�o Paulo.

No ano seguinte, ele foi detido por dirigir uma moto na contram�o. Depois, foram duas outras pris�es por porte de coca�na. Em 2000, o ex-integrante do grupo Polegar passou mal depois de engolir uma caneta, tr�s isqueiros e uma pilha, durante uma crise de abstin�ncia. Meses depois, ele ingeriu outras duas pilhas e precisou ser submetido a uma cirurgia. Em 2005, foi detido em Itapecerica da Serra com uma arma calibre 380.

Rafael Ilha nega ter aplicado medicamento em paciente que morreu
Homem teria chegado em crise em cl�nica do ex-Polegar.
Amigas dizem que v�tima recebeu duas inje��es.

Fonte: Carolina Iskandarian

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir