Categoria Economia  Noticia Atualizada em 07-10-2008

Em pregão nervoso, Bovespa opera em baixa
Volatilidade marca as negociações do dia.
Em pregão nervoso, Bovespa opera em baixa
Foto: www.g1.com.br

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em baixa na tarde desta terça-feira (7), em um pregão mercado pela volatilidade. Desde o início dos negócios, a bolsa alternou diversas vezes as tendências positiva e negativa, mostrando o nervososismo do mercado em meio à precária situação financeira internacional.

Por volta das 13h45, o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, exibia queda de 3,27%, aos 40.723 pontos.

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Mais cedo, a Bovespa também havia reagido ao acordo anunciado por autoridades da União Européia, para que os bancos do continente possam garantir os depósitos bancários dos clientes.

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Outro incentivo para o mercado financeiro é a divulgação do calendário de ações coordenadas de injeção de dólares nos mercados até o final do ano por vários BCs mundiais. Nos EUA, os valores aumentaram e os recursos a serem disponibilizados devem chegar a US$ 1,35 trilhão.

Também pesa sobre o mercado a ação do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que anunciou que adquirirá grandes quantias de dívida de curto prazo para reativar os mercados financeiros.

Expectativa

No exterior, os investidores aguardam o o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, que irá falar sobre as perspectivas para a economia e para o mercado financeiro.

Também será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc, na sigla em inglês). A partir do texto, espera-se avaliar a possibilidade de uma ação conjunta dos bancos centrais das grandes economias no sentido de reduzir globalmente a taxa de juro para evitar uma recessão mundial. Na Austrália, o BC local já anunciou a queda de 1% na taxa.

O mercado brasileiro também analisa o impacto das novas medidas para ajudar pequenos bancos e empresas exportadoras, anunciadas em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Panorama externo

Nos EUA, os indicadores da bolsa de Nova recuam, após abrirem em alta. Por volta das 12h40, o índice Dow Jones caía 0,28%, recuperando o patamar dos 10 mil pontos. No mesmo horário, o indicador tecnológico Nasdaq tinha desvalorização de 0,64%.

Já o mercado europeu reage positivamente ao acordo bancário e a maioria das bolsas registra alta. às 11h20 (horário de Brasília), a bolsa de Londres subia 1,10%, mesma tendência observada na bolsa de Frankfurt, que subia 0,21%. Em Paris, o indicador CAC-40, que teve na véspera a maior queda percentual de sua história, de 9,04%, subia 1,49%.

Na véspera, o índice FTSEurofirst 300 desabou 7,75%, para 1.004 pontos, superando a queda de 6,3% de 11 de setembro de 2001, dia dos ataques que destruíram o World Trade Center em Nova York.

Na Ásia, o mercado também apresentou resultados contraditórios, mantendo a tendência à volatilidade. Das quatro principais bolsas orientais, duas delas encerraram as sessões com perdas, casos de Japão e Xangai, e uma não funcionou devido a um feriado.

Segunda-feira negra

Na segunda-feira - em um dia histórico em que a desvalorização excessiva interrompeu as negociações por duas vezes - a Bovespa reduziu o ritmo de queda ao final do pregão.

O Ibovespa fechou em queda de 5,43%, aos 42.100 pontos. De acordo com a Bovespa, é o menor patamar de fechamento desde 5 de março de 2007.

O mercado opera sob forte tensão desde o início do pregão - o circuit breaker interrompeu o pregão da bolsa nacional por duas vezes. O mercado chegou a cair 15%. Foi a primeira vez desde 10 de setembro de 1998 que o mecanismo teve que ser acionado duas vezes no mesmo dia.

Na segunda-feira (29) anterior, uma queda acentuada também disparou o circuit breaker na Bovespa, pela primeira vez em quase dez anos. A última vez em que a ferramenta fora usada havia sido em 14 de janeiro de 1999, na véspera da adoção do câmbio livre no país.

Em pregão nervoso, Bovespa opera em baixa
Volatilidade marca as negociações do dia.
Na segunda, quedas causaram duas paradas na bolsa.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir