Categoria Economia  Noticia Atualizada em 10-10-2008

Carreira: veja quem tem mais chance no mercado
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra a distância abissal que existe entre a remuneração de um profissional com 18 anos de estudo e os ganhos de um trabalhador sem instrução.
Carreira: veja quem tem mais chance no mercado
Foto: www.fne.org.br

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra a distância abissal que existe entre a remuneração de um profissional com 18 anos de estudo e os ganhos de um trabalhador sem instrução.

Um médico com doutorado, por exemplo, ganha 1.503% a mais do que um trabalhador que nunca estudou. O levantamento da FGV vai além: mostra que cargos são os mais bem-remunerados do país e que garantias de emprego que cada graduação ou pós-graduação oferece.

Os juízes têm salário médio de R$ 13.956 e lideram o ranking das profissões com melhores remunerações. Entre as piores, os trabalhadores agrícolas, que ganham R$ 141,21, em média. No topo da lista de quem tem mais chance de conseguir emprego, um médico com mestrado ou doutorado. Engenheiros com mestrado ficam em 5º lugar.

Os dados foram apontados na pesquisa "Você e o Mercado de Trabalho", da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada ontem, no Rio de Janeiro, com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

A cada ano estudado, o brasileiro ganha 15% a mais de salário. "A remuneração dos universitários pós-graduados é 544% superior à dos analfabetos com as mesmas características sócio-demográficas, e a chance de ocupação de uma vaga é 422% maior", disse o pesquisador e coordenador da pesquisa, Marcelo Neri.

Neri ressaltou que uma pessoa que nunca estudou tem, em média, uma chance de ocupação no mercado de trabalho de 59%. Já para quem tem 18 anos de estudo, o que inclui trabalhadores com mestrado e doutorado, a oportunidade de contratação sobe para 90%.

Menos que o mínimo
A remuneração média do brasileiro sem qualquer instrução é de R$ 401. O ganho de um trabalhador com 18 anos de escolaridade chega a R$ 5.027 mil, em média.

No Espírito Santo, o trabalhador que nunca estudou tem uma remuneração de R$ 425, quem tem de 17 a 18 anos de estudo ganha, em média, R$ 7.420. Uma distância ainda maior.

Outro perfil apresentado pela pesquisa é de que a alfabetização também representa um importante salto de renda. A diferença de rendimentos entre uma pessoa sem qualquer ano de estudo com a de um trabalhador com apenas um ano de escolaridade chega a 6,88%.

A pesquisa também chama a atenção de que começar um curso superior e não terminá-lo pode ser um péssimo negócio. A diferença salarial entre uma pessoa que concluiu o ensino médio e a de um trabalhador que tem apenas o primeiro ano de faculdade chega a 19,5%.

O Espírito Santo é o quarto Estado onde a escolaridade mais cresceu. "Isso é reflexo do comportamento registrado em Vitória, Capital que mais gera demanda por emprego formal. O resultado é um sinal do aquecimento da economia capixaba e que os moradores têm absoluta consciência na hora de investir em educação", disse Neri.

Pós-graduação elevou ganhos em quase 20%
O analista de sistema Jefferson de Carvalho resolveu fazer uma pós-graduação. Isso significou para ele um aumento de cerca de 20% no salário. Segundo ele, a cada etapa do seu aprendizado, ele via o salário aumentar cada vez mais. "Do estágio para a contratação, o salário dobra. Com a pós-graduação, também há aumento nos rendimentos", destaca Jefferson. Segundo ele, na área de informática, quanto mais estudo a pessoa tiver, maior será o seu salário.

Plano de cargos estimula a especialização
Para o jornalista Almir Casagrande, continuar estudando significa uma oportunidade de crescer na empresa. "Aqui onde trabalho, existe um plano de cargos para os funcionários. A pós-graduação que estou fazendo é um dos pré-requisitos para eu possa ter um cargo melhor", observa Almir. Ele cursa um MBA de Administração em Marketing e Comunicação Empresarial no Rio de Janeiro e tenta se manter atualizado com as novidades da profissão.

Desembargadores e juízes são os mais bem pagos
Na lista das 20 maiores quantias recebidas por quem tem o nível superior, os destaques ficam por conta dos salários de juízes e desembargadores (média de R$ 13.956), seguido por diretores gerais (R$ 7.371), médicos (R$ 7.029) e dirigentes de empresas (R$ 4.268). Entre as carreiras mais bem remuneradas, também estão engenheiros eletroeletrônicos e engenheiros civis. Já os trabalhadores agrícolas ocupam a primeira colocação entre as 20 profissões com menores salários (média de R$ 141,21). Já a remuneração dos trabalhadores da pecuária é de R$ 141,56, seguida trabalhadores na agropecuária em geral (R$ 148,67). Quem realiza trabalhos artesanais de tecelagem e de confecção de roupas também estão entre as carreiras que têm
a pior remuneração.

Os números no Espírito Santo
Mais estudo, mais dinheiro na conta

No Brasil, R$ 402 é a média salarial de pessoas sem instrução. Para quem tem pós-graduação, R$ 5.020. Os salários crescem 15% por ano de estudo.

O Espírito Santo é o quarto Estado do país onde há um maior retorno de escolaridade. Ou seja, quanto mais se estuda, maior a chance de se ter emprego

No último ano, o salário/hora no Estado cresceu 7,51%. Em termos de aumento, o Espírito Santo só perde para Mato Grosso do Sul e Distrito Federal no ranking nacional

O Estado fica em primeiro lugar na ocupação de pessoas de zero a um ano de escolaridade. A chance de eles conseguirem emprego é de 62,7% no Estado.

O Estado fica em segundo lugar na taxa de retorno de pessoas com 17 a 18 anos de estudo, com 128% de chance de emprego, enquanto que a média nacional é de 19,2%.

No Estado, pessoas sem escolaridade recebem um salário médio de R$ 425. Quem tem 18 anos de estudo recebe, em média, R$ 7.420.

Análise
Só escolaridade não traz sucesso
Riviane Damásio, Psicóloga da Psicoespaço

É fato que a escolaridade e o conhecimento técnico continuam determinantes para o crescimento profissional e para a desenvoltura da carreira. Ainda hoje, no mercado de trabalho, consegue-se trabalho mais rapidamente quem se qualifica e busca enxergar oportunidades antes, preparando-se para elas. O curso superior, a pós-graduação e outras especializações são, sim, valorizadas pelas empresas, e as estatísticas demonstram que, na maioria dos casos, o número de anos de estudo influencia diretamente na remuneração. Mas sabemos que a escolaridade sozinha não constrói uma carreira de sucesso. O que vai fazer a diferença entre cada profissional é sua capacidade de gerenciar a própria trajetória, independente da área de atuação ou da profissão escolhida, o que significa aprender desde cedo a planejar a carreira, estabelecendo metas e objetivos, cuidando das escolhas acadêmicas e primando por bons relacionamentos interpessoais.

Diná Sanchotene
[email protected]

Fonte: Gazeta On-line
 
Por:  CDL Marataízes e Itapemirim    |      Imprimir