Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-10-2008

Policia diz em inquérito que invasão só ocorreu após tiro
Em depoimento, policiais disseram que primeiro tiro foi dado de madrugada
Policia diz em inquérito que invasão só ocorreu após tiro
Foto: Reprodução

O Jornal Nacional teve acesso ao inquérito que apura o assassinato de Eloá Pimentel, de 15 anos, vítima do ex-namorado em Santo André (ABC). Quatro dos cinco policiais que invadiram o apartamento em que ela era mantida refém afirmaram em depoimento: "O que desencadeou a ação foi um tiro do seqüestrador".

Quem atirou com a espingarda calibre 12 na direção do seqüestrador foi o sargento Mário Magalhães Neto. Ele e outros quatro policiais estavam desde a madrugada da sexta-feira (17) no apartamento ao lado do de Eloá.

Ao delegado, o sargento declarou: "Ficou combinado que, se houvesse algum disparo dentro do apartamento, a equipe entraria".

Eles usaram um explosivo do tipo cordel detonante na dobradiça da porta, mas a porta não caiu, pois havia uma mesa que servia como barricada. O sargento confirma ao delegado a posição das vitimas: Eloá estava no sofá, e Nayara, no chão. Lindemberg estava no corredor, entre a sala e o banheiro, de arma em punho, com o revólver calibre 32.

O sargento diz também no depoimento que atirou uma única vez contra ele, com munição de borracha, mas o tiro não foi certeiro. Lindemberg disparou várias vezes contra os policiais. Quando a munição acabou, ele jogou a arma e levantou as mãos para o alto.

O primeiro a entrar no apartamento foi o escudeiro da equipe, o soldado Daylson Moreira Pereira. Ele entrou empunhando o escudo para garantir a segurança dos colegas. O soldado disse que sentiu no escudo o impacto característico de tiros. Ele reforça no depoimento: o motivo principal da invasão ao apartamento foi um tiro disparado lá dentro.

O sargento Frederico Mastria, outro integrante da equipe, também disse que só entrou depois do disparo. O soldado Maurício Martins de Oliveira não cita nenhum tiro antes da invasão. A função dele, segundo disse ao delegado, era a de arrombar a porta, caso ela não abrisse. No depoimento, ele fala de tiros depois que a porta foi forçada e não caiu. Em seguida, o soldado disse que ouviu disparos que vinham do interior do apartamento.

O comando do grupo de invasão era do tenente Paulo Sérgio Schiavo. Ele declarou que foi o último a entrar e que foi ele quem tirou Nayara do apartamento. Segundo o tenente, por volta das 2h da madrugada de sexta-feira, Lindemberg disparou o revólver depois de ter se desentendido com o negociador, e que, por causa desse tiro, ficou acertado: se ele fizesse outro disparo, haveria a invasão. O tenente afirma: o motivo principal da invasão foi o disparo de Lindemberg, por volta das 18h.

Quando os PMs prestaram depoimento, o objetivo não era questionar a invasão, e sim determinar em que circunstâncias Eloá Pimentel foi assassinada. Para o delegado que apura o homicídio, não há dúvidas de que ela foi morta pelo ex-namorado, Lindemberg Alves. Como é comum nesses casos, as armas dos PMs também foram recolhidas para análise: são cinco pistolas, uma espingarda e uma metralhadora.

Policia diz em inquérito que invasão só ocorreu após tiro.

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Por:  Felipe Campos    |      Imprimir