Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-10-2008

Lula e Serra no salão do Automóvel
Lula afirma que vai discutir a crise com o setor automobilístico.
Lula e Serra no salão do Automóvel
Foto: Marlene Bergamo/Folha Imagem

Gabriela Sylos
Do UOL Notícias
Em São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira (29) da abertura do 25º Salão do Automóvel de São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona norte da capital paulista. Lula anunciou que nesta sexta-feira (31) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, vão se reunir com representantes da indústria automobilística para discutir a crise financeira.

"Vamos discutir todos os instrumentos necessários para não permitir que uma indústria de ponta como a indústria automobilística possa sofrer qualquer problema por falta de crédito", afirmou o presidente.

Lula lembrou da medida provisória que permitirá ao Banco do Brasil e Caixa Econômica federal socorrer financeiras que enfrentam dificuldade. Segundo o presidente, os bancos estão "com disposição de comprar carteiras de bancos de investimentos e empresas financeiras para não faltar crédito."

Sem mencionar ações específicas, Lula também disse que o governo vai "tomar conta" de outros setores considerados cruciais, como a construção civil, o setor de máquinas e implementos agrícolas, além de garantir crédito e financiamento para quem quer comprar imóveis e capital de giro para as pequenas empresas. "Este país nunca esteve tão bem para enfrentar a crise", afirmou. "Tem que continuar comprando o carro, a geladeira. Porque a crise que ainda não chegou aqui pode chegar se o pânico tomar conta", alertou o presidente.

Lula falou que a crise é "tão ou mais séria que a de 1929" e que é certo que o consumo vai diminuir, principalmente nos EUA. "Mas não podemos paralisar as nossas atividades por causa da crise", afirmou, "não é possível que na hora que o pobre começa a ter acesso a um carro nesse país apareça uma crise americana que atrapalhe o brasileiro a ter o direito de comprar seu carro".

Antes do discurso oficial na abertura do Salão do Automóvel, Lula e sua comitiva - que incluía os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Edison Lobão (Minas e Energia) e Miguel Jorge (Desenvolvimento), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) - caminharam pelos corredores do evento e visitaram stands de grandes montadoras.

Ao lado de Lula estavam o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito reeleito, Gilberto Kassab (DEM). Lula e Serra chegaram a dividir as atenções ao sentarem juntos em um minicarro, o Smart Fortwo, da Daimler.

Lula conversou informalmente com representantes de montadoras no stand da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Segundo um diretor da associação, o presidente afirmou que está estudando medidas para manter a liquidez do crédito, mas não anunciou nenhuma medida exclusiva para o setor automobilístico.

Durante discurso, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, lembrou que o setor emprega 1,5 milhões de pessoas e afirmou que não há perspectiva de grandes mudanças devido à crise. Schneider disse que acredita na economia brasileira e crê que o acesso ao crédito vai continuar.

Já o governador José Serra anunciou que o banco estadual Nossa Caixa vai participar do programa do Banco do Brasil que dará mais crédito aos consumidores do setor. "Não podemos ser tragados por expectativas negativas", afirmou Serra.

Consumidor "tem que continuar comprando carro e geladeira", diz Lula; presidente afirma que vai discutir crise com montadoras.

Presidente Lula e o governador de São Paulo, José Serra, participam juntos da abertura do Salão do Automóvel, no Anhembi, na capital paulista, na noite de quarta-feira. Lula afirma que vai discutir a crise com o setor automobilístico.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir