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Distúrbios no sul do Peru deixam dois mortos e 47 feridos

Polícia entra em conflito com manifestantes em Tacna, no Peru
Distúrbios no sul do Peru deixam dois mortos e 47 feridos

Foto: AP

colaboração para a Folha Online
Ao menos duas pessoas morreram e 47 ficaram feridas nesta quarta-feira nos distúrbios que ocorreram na região de Tacna, no sul do Peru. Entre os mortos, há uma criança de cinco meses, asfixiada com gás lacrimogêneo, e um homem de 32 anos, morto a tiros. Ainda não se sabe de onde partiram os tiros e a bomba atirados nas vítimas.

Dos feridos, todos atendidos no hospital Hipólito Unanue, de Tacna, 20 apresentavam ferimentos de bala ou rifle, enquanto 11 foram internados na Unidade de Terapia Intensiva do centro médico.

Os distúrbios ocorreram menos de 24 horas após o governo peruano decretar estado de emergência, na noite desta terça-feira (4), por um período de 30 dias na região de Tacna. A medida seguiu-se à agitações ocorridas na última semana por causa da modificação de uma lei que redireciona fundos do Estado obtidos pela fiscalização da atividade mineira e que, segundo seus habitantes, prejudica seus interesses.

O responsável dos centros de Saúde da região de Tacna, Gilberto Calizaya, disse à Efe que as autoridades de saúde distribuíram hoje gazes e equipamento cirúrgico de emergência aos hospitais regionais, prevendo maiores incidentes.

Ele explicou que o centro de saúde de Ciudad Nueva, subúrbio de Tacna, onde foram registrados os incidentes mais graves, segue rodeado de manifestantes que ocupam as ruas da localidade.

Na manhã de hoje, o centro de Tacna foi tomado por cidadãos que, desafiando o estado de emergência, fizeram um panelaço para protestar contra a presença dos militares na cidade, declararam à agência Efe várias testemunhas.

O estado de exceção deixa sem efeito os direitos constitucionais à livre reunião e trânsito, a inviolabilidade do domicílio e entrega o controle da ordem pública às Forças Armadas.

Sem conversa

O primeiro-ministro do Peru, Yehude Simon, afirmou nesta quarta-feira que não vai discutir com os manifestantes enquanto não cessarem os protestos. Os manifestantes pediram a convocação de uma comissão para rever a lei que redistribui os royalties, já aprovada no Congresso. Eles ainda bloquearam estradas, cortaram o fornecimento de água e incendiaram o escritório do prefeito de Tacna.

"Não vai haver comissão até que Tacna esteja pacífica", disse Simon, um político de esquerda, nomeado no mês passado em uma tentativa do governo de conter os manifestantes. "Eles têm o direito de protestar, mas não de incendiar prédios do governo", ressaltou o primeiro-ministro a jornalistas.

Os moradores de Tacna estão insatisfeitos por causa da disputa de verbas com a Província vizinha de Moquegua pela distribuição de milhões de dólares pagos em impostos pela Southern Copper Corp, uma das maiores mineradoras do mundo.

Mudança

Com a nova lei, os recursos serão distribuídos conforme a riqueza que uma mina produz e não de acordo com os danos que causa ao meio ambiente, como acontece atualmente. Pelo sistema atual, Moquegua recebe 20% dos impostos pagos pela mineradora e Tacna, 80%. Com a mudança, mais dinheiro iria para Moquegua.

Líderes de ambas as localidades dizem que precisam dos recursos para arcar com serviços públicos básicos, como água, eletricidade e educação. O presidente Alan Garcia já afirmou que irá ratificar a lei para que entre em vigor.

No fim de semana, o governo autorizou as Forças Armadas a intervir na região para manter a ordem. Com a continuidade dos distúrbios, foi declarado nesta terça-feira (4) o estado de emergência.

Com Efe e Reuters

Distúrbios no sul do Peru deixam dois mortos e 47 feridos.

Polícia entra em conflito com manifestantes em Tacna, no Peru. Na noite de terça-feira (4), governo peruano decretou Estado de Emergência por 30 dias na região, agitada na última semana por distúrbios causados pela modificação de uma lei que redistribui fundos da fiscalização da atividade mineira.

Fonte: http://noticias.uol.com.br

Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir