Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-11-2008

Iraque quer novas modificações no pacto sobre permanência das tropas dos EUA
Soldado dos EUA interroga suspeito em Mossul; Iraque quer mudanças no pacto
Iraque quer novas modificações no pacto sobre permanência das tropas dos EUA
Foto: Maya Alleruzzo/AP

colaboração para a Folha Online

O governo iraquiano afirmou nesta segunda-feira que a versão final do plano sobre a permanência das tropas americanas --entregue pelos EUA na semana passada-- não é suficiente e pediu novas modificações.

O porta-voz do governo iraquiano, Ali al-Dabbagh, criticou o pacto entregue pelos EUA em resposta a um pedido anterior de mudanças, que incluem a permanência das tropas até 2011 e conceder ao Iraque um papel maior no gerenciamento da missão americana.

"A resposta americana não é suficiente para o governo aceitar o pacto. ainda há alguns pontos nos quais nós não alcançamos acordo bilateral", disse o porta-voz.

Al Dabbagh afirmou ainda que Bagdá pede que os EUA "dêem respostas que são boas para os iraquianos". O pacto deve ser aprovado pelo Parlamento até 31 de dezembro, quando acaba o acordo da Organização das Nações Unidas que permite às tropas americanas operarem legalmente no país. Sem o acordo, as tropas americanas terão que deixar o país em 1º de janeiro de 2009.

O porta-voz não detalhou quais propostas foram recusadas pelo governo iraquiano, mas elas devem incluir um dos principais impasses no acordo, a exigência dos iraquianos para expandir a jurisdição legal sobre os soldados americanos.

A versão atual, entregue pelos EUA como sua revisão final ao texto, permite que a corte iraquiana processe soldados acusados de crimes premeditados. Os iraquianos pedem a melhor elaboração sobre as acusações incluídas e um maior papel na determinação se casos especiais estão dentro dos critérios estipulados.

Segundo os EUA, o acordo, discutido durante meses entre oficiais dos dois países para evitar uma saída precipitada dos soldados americanos, respondeu positivamente às reivindicações iraquianas.

Impasses

Os parlamentares iraquianos rejeitaram também um artigo que poderia estender a permanência para além de 2011 caso necessário. Também se mostraram contrários à possibilidade dos americanos lançarem ataques a países vizinhos, prevista no plano.

Não está claro, no entanto, se a proposta iraquiana foi totalmente aceita pelos americanos, o que é bastante improvável segundo fontes próximas da negociação.

De qualquer forma, o governo americano reiterou que depois desta versão, não fará mais concessões. "Nós respondemos ao Iraque com um texto final", disse a porta-voz da Casa Branca Dana Perino. "Com esse passo, nós concluímos o processo de nosso lado", afirmou o porta-voz do Pentágono Bryan Whitman.

Antes de enviar o plano ao Parlamento iraquiano, o primeiro-ministro Nuri al Maliki quer a aprovação de seu gabinete para não se arriscar politicamente. Para muitos iraquianos o plano representa uma afronta à dignidade nacional. Publicamente, políticos importantes iraquianos reconhecem a necessidade do acordo, mas temem manchar suas reputações para as eleições de janeiro de 2009.

O presidente eleito Barack Obama disse durante a campanha que a retirada das tropas no Iraque deveria passar pelo Congresso americano, algo não que não está nos planos do presidente George W. Bush.

Os militares americanos têm se mostrado ansiosos para fechar as negociações para planejar a atuação do Exército no Iraque no próximo ano. Os comandantes americanos estão preocupados com a capacidade da polícia e do Exército iraquianos em lidar com a insurgência no país, que ameaça aumentar a violência depois de uma relativa tranqüilidade conquistada em 2007.

Com agências internacionais

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Soldado dos EUA interroga suspeito em Mossul; Iraque quer mudanças no pacto.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir