Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-11-2008

Esqueletos de 4.600 a.C.
Imagem divulgada por centro arqueol�gico alem�o mostra os esqueletos de uma fam�lia - pai, m�e e duas crian�as - datados de 4.600 anos antes de Cristo e descobertos em um s�tio de Eulau
Esqueletos de 4.600 a.C.
Foto: AFP

Julian Siddle
BBC News
A fam�lia mais antiga j� identificada por testes gen�ticos teve morte violenta segundo an�lise de uma ossada de 4.600 anos encontrada na Alemanha.

Em relato publicado na revista cient�fica "PNAS", cientistas dizem que os ossos quebrados dessas pessoas da Idade da Pedra mostram que elas tiveram morte violenta.

An�lises de DNA de um jazigo confirmam que os ossos s�o de uma m�e, um pai e dois filhos seus.

"Estamos certos mesmo, com base em evid�ncias biol�gicas, n�o estamos supondo ou assumindo", disse Wolfgang Haak, do Centro Australiano para DNA Antigo, em Adelaide, que conduziu as an�lises de DNA.

O filho e a filha foram enterrados abra�ados a seus pais.
Ao todo, os quatro jazigos continham 13 corpos, oito de crian�as de entre seis meses a 9 anos de idade, e cinco adultos de entre 25 a 60 anos.

Em duas covas, o DNA estava bem preservado, o que permitiu compara��es entre os c�digos gen�ticos de seus ocupantes. Uma delas continha a fam�lia, enquanto a outra abrigava tr�s crian�as aparentadas e uma mulher, que, segundo os cientistas, pode ter sido uma tia ou madrasta.

Acredita-se que os corpos encontrados eram de pessoas que pertenciam a um grupo conhecido como Cultura da Cer�mica Cordada, caracterizado pelos potes e vasos decorados com motivos de cordas entrela�adas. Quando enterrados, os corpos geralmente eram colocados com a face voltada para o sul.

Na cova da fam�lia, os adultos "olhavam" para o sul, mas as crian�as em seus colos olhavam para os pais. Os cientistas dizem que nesse caso foi feito uma exce��o � regra cultural para expressar a rela��o biol�gica.

Arma de pedra

O cuidado com o qual os corpos colocados na cova mostra que quem quer que os tenha enterrado sabia exatamente quem eles eram, diz Haak.

O pesquisador afirmou ter ficado "tocado" na primeira vez que viu os corpos.

"Voc� sente um tipo de simpatia por eles, � uma coisa humana, algu�m realmente deve ter tido cuidado com eles", diz o especialista.

"Normalmente deve-se ser cuidadoso em pesquisas arqueol�gicas para n�o permitir que os sentimentos nos deixe fazer julgamentos com base nas id�ias modernas. N�o sabemos o qu�o dura a vida deles era e se havia algum espa�o para o amor".

Segundo os pesquisadores, o aspecto mais "apavorante" da descoberta foi identificar a causa da morte.

"Com certeza eles foram assassinados", diz Alistair Pike, da Universidade de Bristol. "Eles tinham grandes buracos na cabe�a, dedos e punhos quebrados".

Pelo menos cinco dos indiv�duos mostram provas de um ataque violento. Um deles ainda guarda a ponta de uma arma de pedra encravada em uma v�rtebra.

Wolfang Haak acredita que como a maioria dos corpos era de mulheres e crian�as, � prov�vel que a maioria dos adultos estava longe na hora do ataque, talvez lutando ou no campo.

"Eles voltaram para casa no vilarejo e encontraram seus entes queridos mortos", acredita. "� uma hip�tese, mas esta me parece a explica��o mais plaus�vel".

Ainda segundo os especialistas, epis�dios violentos como esse se encaixam no que se sabe at� agora sobre a vida na Europa central na �poca.

A �rea tinha terras f�rteis, um clima est�vel e estradas de acesso natural. Tais caracter�sticas tornaram a regi�o um lugar cobi�ado por muitos, o que poderia ter criado um ambiente de competi��o entre seus habitantes levando a confrontos violentos.

Fam�lia mais antiga j� identificada "foi morta", dizem cientistas.

Imagem divulgada por centro arqueol�gico alem�o mostra os esqueletos de uma fam�lia - pai, m�e e duas crian�as - datados de 4.600 anos antes de Cristo e descobertos em um s�tio de Eulau, leste da Alemanha. Estudos de DNA comprovaram que eram membros de uma fam�lia e an�lise dos ossos quebrados mostraram que eles foram mortos em batalha.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir