Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-11-2008

Ativistas são atacados por trabalhadores de mina de carvão
Estação de Resgate Climático instalada pelo Greenpeace ao lado da mina de carvão Jóźwin IIB, na Polônia, onde ativistas foram atacados por trabalhadores quando tentavam protestar no local.
Ativistas são atacados por trabalhadores de mina de carvão
Foto: http://www.greenpeace.org

Konin, Polônia — País que recebe em dezembro reunião da ONU sobre mudanças climáticas é um dos 20 maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa.

O carvão é o grande vilão climático do mundo e sua queima contínua em países como a Polônia traz problemas sem fim ao planeta - as mudanças climáticas estão aí para não nos deixar mentir. Mas os trabalhadores poloneses da mina de carvão Józwin IIB ainda não acordaram para essa realidade e, pior, agridem quem tenta mudar o estado das coisas para melhor. Ativistas do Greenpeace foram atacados nesta segunda-feira (24/11) quando tentavam protestar na mina ao lado de uma gigantesca escavadeira. Um jornalista que acompanhava os ativistas foi espancado.

Vale ressaltar que moradores da região também estão preocupados com a mineração de carvão no local e com os planos de expansão da atividade, que coloca em risco suas casas, estilo de vida e saúde.

A saúde do planeta também está em xeque, graças em boa parte por conta da queima de combustíveis fósseis como o carvão. Precisamos baixar o quanto antes as emissões de CO2 na atmosfera, abraçando em troca a geração de energia por meio de fontes limpas e renováveis.

A Polônia é totalmente dependente do carvão, combustível fóssil responsável por 90% da energia do país, e a sua queima faz do país um dos 20 maiores poluidores do clima do mundo. Não à toa a próxima reunião da ONU para discutir as mudanças climáticas acontecerá a partir de 1o. de dezembro na cidade de Poznan, na Polônia. O país poderia ter um papel de liderança nas negociações, se comprometendo decisivamente em reduzir suas emissões e limpando sua matriz energética como prevê o relatório [R]evolução Energética do Greenpeace - segundo o estudo, a Polônia poderia gerar 80% de sua energia por meio de fontes renováveis em 2050, caso dê início à mudança no modo como obtém essa energia.

"Nossa ação não foi contra os trabalhadores mas contra o governo polonês. Exigimos que a política energética da Polônia estabeleça um plano claro para acabar com a exploração de carvão e implemente projetos com energias renováveis e eficiência energética", afirmou Magdalena Zowsik, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Polônia.

A União Européia está às vésperas de acertar um acordo como resposta às mudanças climáticas, com uma série de leis conhecida como "pacote climático". A posição da Europa terá um papel crucial no debate global para fortalecer o Protocolo de Kyoto, culminando em Copenhagen no final do ano que vem.

"A Polônia e o mundo precisam de uma revolução energética, não mais do mesmo", disse Zowsik. "A ciência é inequívoca, se continuarmos queimando carvão, vamos provocar danos irreparáveis ao planeta."

Ativistas são atacados por trabalhadores de mina de carvão na Polônia.

Estação de Resgate Climático instalada pelo Greenpeace ao lado da mina de carvão Jóźwin IIB, na Polônia, onde ativistas foram atacados por trabalhadores quando tentavam protestar no local.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir