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Situação em hotel de Mumbai está sob controle

Um hóspede espia pela janela do hotel Trident, onde terroristas mantinham reféns diversas pessoas
Situação em hotel de Mumbai está sob controle

Foto: AFP

A polícia indiana encontrou 24 corpos durante a operação militar contra terroristas que ocupavam o hotel de luxo Trident/Oberoi, em Mumbai, na manhã desta sexta-feira. Com isso, o número de mortos na série de ataques deve passar de 125, número divulgado em balanço policial na quinta-feira. Cerca de 300 pessoas estão feridas.

"A operação está completa. Encontramos 24 corpos hoje", confirmou o chefe da polícia local Hassan Ghafoor em frente ao estabelecimento. Na operação, dois terroristas foram mortos.

O diretor da Guarda de Segurança da Índia (NSG), J.K. Dutt, confirmou que a situação no hotel foi controlada. "O hotel foi totalmente evacuado. Dois terroristas foram mortos. Está tudo sob controle", disse Dutt.

Após ficarem presos por 36 horas, ao menos 93 pessoas, na maioria estrangeiros, foram libertadas do hotel Oberoi durante a madrugada. Os hóspedes estavam como reféns de terroristas que haviam invadido o hotel na noite de quarta-feira (26) após uma série de atentados.

Ataque a terrorista
Já no hotel Taj Mahal, duas grandes explosões e tiros foram ouvidos. Militares invadiram o estabelecimento em ataque a um militante que está escondido dentro do hotel. Um membro dos comandos especiais das forças de segurança indianas disse ter visto entre 12 e 15 corpos no local.

Além disso, a polícia indiana informou ter encontrado explosivos dentro do hotel. "Encontramos explosivos em dois lugares do hotel Taj. Trata-se de uma quantidade considerável, capaz de provocar grandes danos", afirmou A. N. Roy, chefe da polícia de Maharashtra. Há suspeitas de que ainda haja reféns no Taj Mahal.

Centro judaico
Na manhã desta sexta-feira, forças de segurança indianas também invadiram o centro judaico Nariman House, outro ponto tomado por terroristas com reféns.

Imagens da TV indiana mostraram soldados descendo por meio de cordas de um helicóptero que sobrevoava o local e oficiais se aproximando por terra do escritório do centro judaico Chabad Lubavitch.

Militares indianos não forneceram detalhes sobre a operação.

Atentados
Outros reféns já haviam sido libertados pela manhã de ontem (27). A ação coordenada pelo exército indiano e a polícia faz parte da ofensiva contra os terroristas islâmicos que mataram mais de 100 pessoas em série de atentados na quarta-feira e fizeram vários reféns estrangeiros em dois hotéis de luxo e outros pontos de Mumbai. De acordo com o último balanço divulgado pela polícia, o número de mortos subiu para 125, mas o índice deve subir. Os feridos já passam de 300.

O Paquistão negou envolvimento nos ataques e criticou as autoridades indianas por "constantemente acusarem o Paquistão de estar por trás" de ataques do gênero.

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, atribuiu os sangrentos atentados a um grupo com sede no exterior.

"É evidente que o grupo que realizou estes ataques, com sede fora do país, veio com a única intenção de semear o caos na capital econômica da Índia", acrescentou. "Vamos indicar formalmente a nossos vizinhos que não toleraremos que usem seu território para nos atacar", advertiu.

Policiais e soldados, que tentavam retomar o controle dos hotéis, e os islamitas trocaram tiros, ao mesmo tempo que eram ouvidas explosões na região.

Primeira libertação
Ontem pela manhã, a polícia e o Exército conseguiram entrar no Hotel Taj Mahal, onde revistaram todos os quartos, segundo o chefe de polícia local, A.N. Roy. De acordo com ele, o estabelecimento não tem mais uma "situação de tomada de reféns".

Roy acrescentou que foram encontrados corpos dentro do hotel e que ainda existem hóspedes nos quartos, mas não revelou números precisos. O vice-presidente do Grupo Oberoi de hotéis, S.S. Mukherji, afirmou ao canal NDTV que aproximadamente 200 pessoas estão presas dentro do Trident/Oberoi.

De acordo com o presidente da Federação Judaica Indiana, Jonathan Solomon, homens armados mantém como reféns uma família judaica e um rabino em Nariman House.

Norte-americanos e britânicos
Segundo testemunhas, os terroristas procuraram principalmente reféns americanos e britânicos. O britânico Rakesj Patel contou a um canal indiano que foi mantido ao lado de mais de 10 pessoas como refém por homens armados nos andares superiores do Hotel Taj Mahal. "Eram muito jovens, pareciam crianças. Disseram que queriam todos que tivessem passaportes britânicos e americanos", afirmou, antes de relatar que conseguiu escapar ao lado de outro refém.

Mumbai foi cenário na noite de quarta-feira de uma série de atentados coordenados executados por homens fortemente armados que atacaram os dois hotéis cinco estrelas e outros pontos da cidade, como a estação central de trens e um hospital.

Sobrevivente
Alguns políticos europeus, como a presidente da Comunidade de Madri, Esperanza Aguirre, uma das principais figuras da direita espanhola, estavam hospedados em um dos hotéis atacados, mas conseguiram sair ilesos.

De acordo com fontes oficiais, pelo menos cinco estrangeiros morreram - um alemão, um italiano, um britânico, um japonês e um australiano.

Os atentados foram reivindicados por um grupo islamita até agora desconhecido que se apresentou como "Deccan Mujahedines" (pelo nome de uma região do centro da Índia). Um dos terroristas envolvidos nos ataques afirmou, em um entrevista a um canal de televisão, que o grupo luta para fazer com que o islamismo não seja mais perseguido na Índia.

"Os muçulmanos na Índia não deveriam ser perseguidos. Amamos nosso país, mas quando nossas mães e irmãs eram assassinadas, onde estava todo o mundo?", declarou ao canal India TV por telefone do interior do hotel Oberoi, antes de exigir a libertação de todos os militantes islamitas detidos no país.

*Com informações das agências internacionais e da BBC Brasil

Situação em hotel de Mumbai está sob controle; 24 corpos são encontrados.

Um hóspede espia pela janela do hotel Trident, onde terroristas mantinham reféns diversas pessoas; a polícia invadiu o hotel na manhã de sexta-feira e conseguiu libertar a maioria dos reféns.

Fonte: http://noticias.uol.com.br

Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir