Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-11-2008

Prefeitos eleitos em SC adiam projetos em favor da reconstrução das cidades
Recuperação de Blumenau, uma das mais atingidas, pode levar dois anos. Administradores querem parceria com governos estadual e federal.
Prefeitos eleitos em SC adiam projetos em favor da reconstrução das cidades
Foto: Gilmar de Souza/Jornal de SC/Ag. RBS

Amauri Arrais, André Luís Nery e Mariana Oliveira

Prefeitos eleitos e reeleitos em algumas das cidades mais prejudicadas pelas chuvas em Santa Catarina terão como o principal desafio do próximo mandato, que começa em 1º de janeiro, a reconstrução das cidades. Para isso, segundo eles, projetos eleitorais terão de ser adiados.

Em Blumenau, o prefeito reeleito João Paulo Kleinübing (DEM) destacou que a prioridade será reconstruir a infra-estrutura da cidade, o que, segundo ele, pode levar dois anos.

"Vamos precisar de um ano e meio ou dois anos de trabalho para recuperar toda a cidade. (...) Levantamento preliminar mostra que 12 pontes e passarelas foram severamente comprometidas. O número de ruas que foram destruídas e vão precisar ser pavimentadas a gente ainda nem conseguiu contabilizar. Também há escolas que foram totalmente destruídas, postos de saúde que foram soterrados", conta Kleinübing.

Segundo ele, para a reconstrução será necessário apoio "externo", dos governos estadual e federal. "O município, pela sua própria receita, não terá condições de recompor em pouco tempo aquilo levou anos para ser construído."

Na cidade de Itajaí, a grande prioridade será reconstruir o porto da cidade, motor da economia local, segundo o prefeito eleito Jandir Belini (PP), que é deputado estadual.

"Tínhamos projeto de modernização, para tornar o porto mais competitivo. Agora temos que trabalhar para voltar ao que tínhamos. O porto é muito importante para a nossa economia, representa de 60% a 70%", destacou o prefeito eleito.

Belini também diz que contará com recursos estaduais e federais. "Itajaí sempre contribuiu muito com o estado e a União. Agora, é o momento de retribuírem financeiramente."

O prefeito reeleito de Ilhota, vizinha de Itajaí e Blumenau e uma das cidades mais atingidas com as chuvas, Ademar Felisky (PMDB), afirma que os trabalhos serão "ininterruptos".

"Não vai ter recesso, fim de semana, Natal e Ano Novo. Vamos trabalhar para solucionar o problema. Todos os meus projetos eleitorais vão ser engavetados. Se trabalharmos de forma ininterrupta por um ano, após esse trabalho, aí sim poderemos desengavetar projetos e dar continuidade."

Transição

Em Camboriú, cidade de cerca de 70 mil habitantes, a prefeita eleita, Luzia Coppi Mathias (PSDB), aliada do atual prefeito, disse que sua intenção era dar continuidade aos trabalhos da atual gestão, mas já assumirá com o desafio de reconstruir o município.

"Ninguém imaginava uma situação dessas. Estávamos com a cidade linda. Minha proposta era dar continuidade ao trabalho iniciado nessa gestão. Tanto que fui eleita com 64% dos votos. Nunca se elegeu uma mulher em 124 anos [do município]", conta.

Para ela, o principal desafio será a forma de arrecadar os recursos necessários. "O prejuízo estimado é em torno de R$ 57 milhões e o Orçamento anual [da cidade] é de R$ 54 milhões. (...) Preciso da ajuda dos governos federal e estadual. O presidente já sobrevoou a região, já conhecem nossa realidade."

Celso Zuchi (PT), prefeito eleito de Gaspar, destacou que já está buscando as informações sobre os prejuízos em razão das chuvas com a atual gestão.

"Nós estamos já trabalhando com toda a equipe de governo e buscando as informações necessárias para poder atender à população imediatamente quando a gente assumir em janeiro. Não vamos ter muito tempo para ficar pensando. Vamos ter que entrar agindo."

Atual vice-prefeito de Luis Alves (SC) e eleito para o próximo mandato, Viland Bork (PMDB) disse ainda não ter tido tempo de calcular os prejuízos com as enxurradas, que deixaram a cidade isolada até a última quarta-feira (26).

"Ainda estamos retirando pessoas [de áreas isoladas], depois é que vamos fazer um levantamento. É incalculável por ora", disse Bork.

"Estamos desanimados, não sabemos nem por onde começar, tantos problemas que têm. São 380 km de estradas no município e uns 50km de asfaltos. As de barros, destruiu tudo", contou o próximo prefeito da cidade.

Prefeitos eleitos em SC adiam projetos em favor da reconstrução das cidades
Recuperação de Blumenau, uma das mais atingidas, pode levar dois anos.
Administradores querem parceria com governos estadual e federal.


Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir