Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 04-12-2008

ARMAÇíO POLÍTICA PERIGOSA EM ITAPEMIRIM
Em Itapemirim está em curso uma armação política perigosa
ARMAÇíO POLÍTICA PERIGOSA EM ITAPEMIRIM

Em Itapemirim está em curso uma armação política perigosa: a antecipação, em quatro anos, do jogo da sucessão ao Executivo local.

Ainda nem se chegou ao fim a disputa eleitoral pelo pleito de 2009 e perigosamente, o Executivo em conjunto com uma minoria legislativa diretamente interessada, estão sequiosos por alterar, no apagar das luzes desta legislatura, as regras para a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores.

Assim, distorcendo o princípio democrático por meio da prevalência dos interesses pessoais, têm-se a intenção com a alteração das regras legislativas promover a perpetuação da presidência do legislativo por toda uma legislatura, isso, através de um nome que seja do agrado e do interesse político vigente.

Assim acontecendo, ao invés do tradicional mandato de dois anos, em que prevalece a oxigenação legislativa, poderemos ter logo de início um Legislativo transmutado de Executivo, uma verdadeira medusa, uma fantasia, pois é notória a influência dos Executivos de todas as esferas do Poder quando da disputa pela presidência e cargos da Mesa Diretora.

Quando ainda em campanha, é comum a praticamente todos os candidatos afirmarem que em sendo eleitos irão, entre outras coisas, promover a fiscalização do Poder Executivo, pois esta sem dúvida, é uma das mais importantes tarefas do Poder Legislativo, tanto que para exerce-la a contento os futuros vereadores eleitos poderão contar, por mandamento constitucional, com a força técnica dos Tribunais de Conta.

Eis aí um dos grandes motivos para o jogo de interesse em torno das eleições da presidência das Câmaras. É indiscutível o poder de manobra nas mãos do presidente da casa, mais ainda quando há uma perpetuação no poder, que só interessa a uns poucos, nunca a sociedade.

Mais ainda, além de quererem a perpetuação, desejam que a votação para tal eleição seja por voto aberto, ou seja, desejam retirar do vereador o direito a sua íntima convicção, desejam poder manipular através do conhecimento do voto o destino das eleições, seria o mesmo que propor que as eleições para presidente, senador, deputado, enfim, todas elas, tivessem que ocorrer com o voto declarado, seria o retorno a uma época medieval, época na qual tenho certeza que ninguém de sã consciência gostaria de ver acontecer.

É verdade que a oposição em Itapemirim fez surgir uma atemorização quanto ao futuro político até então bem desenhado em folhas de cartolina. Através de um nome desconhecido, por meio de uma oposição, ao bem da verdade desestruturada e sem capital financeiro, alcançou mais de 5 mil votos, obteve manifestação de apoio através de outros 4 mil votos de abstenção, além dos quase mil votos nulos. Trata-se de um exército de descontentes com a atual política em curso em Itapemirim, mas isso não é motivo suficiente para a feudalização do Legislativo local.

Antecipar em mais de quatro anos a sucessão ao Executivo terá o mesmo efeito que jogar uma ducha de água fria na já morna administração, terá o efeito de inviabilizar de vez os poucos projetos em curso. Com a antecipação, até mesmo a bem sucedida propaganda política, que de longe entre as mais de 30 secretarias existentes, é a melhor em curso, poderá ser colocada em cheque. Programas como Pronaf, as ações relativas ao Meio Ambiente, Saúde, enfim, a antecipação poderá inviabilizar o pouco que ainda resta a Itapemirim.

Renato Alves – Presidente Municipal do Partido Verde em Itapemirim.

    Fonte: O Autor
 
Por:  Renato Alves    |      Imprimir