Categoria Geral  Noticia Atualizada em 13-12-2008

Nova Rede de proteção à Amazônia
Os programas Cidade e Estado Amigo da Amazônia, do Greenpeace, passam a integrar uma rede de colaboração entre diferentes setores da sociedade interessados em proteger a Amazônia
Nova Rede de proteção à Amazônia
Foto: www.greenpeace.org.br

Os programas Cidade e Estado Amigo da Amazônia, do Greenpeace, passam a integrar uma rede de colaboração entre diferentes setores da sociedade interessados em proteger a Amazônia. Além de governos municipais e estaduais, empresas, organizações não-governamentais e consumidores serão estimulados a adotar um padrão responsável de consumo de madeira. Para ampliar a atuação e abrangência dos programas, o Greenpeace anunciou a transferência da coordenação da Rede Amigos da Amazônia (RAA) para a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Estima-se que até 80% da extração madeireira na Amazônia seja ilegal. A exploração ilegal de madeira abre caminhos para que atores que atuam na clandestinidade, como fazendeiros e grileiros, tenham acesso a áreas intactas de florestas. Cerca de 60% do total produzido anualmente são consumidos pelo mercado brasileiro. Quando o programa nasceu, em 2003, o Greenpeace estava convencido da responsabilidade de governos estaduais e municipais em provocar uma mudança positiva e sistêmica no consumo de madeira pela administração pública, responsável por 1/3 do consumo brasileiro.

"Estados, municípios e os próprios órgãos do governo federal consomem grandes quantidades de madeira na construção de obras públicas. A decisão de agir – ou não – por parte de governos define se o poder público será co-responsável pela destruição da floresta ou se será parte da solução. Da mesma forma, empresários e consumidores, principalmente da construção civil e das indústrias moveleiras, poderão agora participar dessa rede do bem fazendo a sua parte como consumidor consciente", diz Adriana Imparato, coordenadora dos programas no Greenpeace, que continuará à frente do trabalho na Rede Amigos da Amazônia.

Em cinco anos, 37 municípios, seis capitais entre elas Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Manaus (AM) e os estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. participaram ativamente na construção de políticas locais para eliminar o uso de madeira ilegal das obras públicas, consolidando-se como uma ferramenta importante na proteção da maior floresta tropical do planeta e do clima global. O desmatamento e as mudanças no uso do solo, principalmente na Amazônia, são responsáveis por cerca de 75% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa.

"A crise climática é o maior desafio já enfrentado pela humanidade e requer medidas urgentes. No momento em que governos de todo o mundo se reúnem em Poznan, na Polônia, para discutir medidas de combate ao aquecimento global, é importante ressaltar a contribuição de estados e municípios, além de outros setores da sociedade, para manter um clima saudável através da proteção da Amazônia", disse Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. "Continuaremos sendo um ativo colaborador para que a Rede se instale com sucesso em sua nova casa, gerando mais e novos frutos para a floresta, o planeta e as futuras gerações".

Passado e futuro - O prefeito eleito de Porto Alegre, José Fogaça e o Secretário do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo, Eduardo Jorge, representando o prefeito Gilberto Kassab, assinaram a renovação do compromisso com o programa Cidade Amiga da Amazônia, agora junto à Rede.

Os programas do Greenpeace completam cinco anos de muito trabalho e muitas vitórias. O governo do estado de São Paulo, por exemplo, fechou as portas para madeira ilegal e predatória em todo o seu território. Cerca de 2.500 homens da Polícia Ambiental foram treinados para fiscalizar depósitos e transporte de madeira. A operação resultou na apreensão de três mil toneladas de madeira ilegal em apenas dois meses. Já a cidade de Americana, no interior do estado, completou dois anos de licitações de madeira de origem legal, excluindo completamente matéria-prima ilegal das compras públicas.

Outro resultado positivo foi a construção da primeira obra pública realizada totalmente com madeira certificada pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal) em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Como uma coisa leva à outra, a cidade gaúcha vai ganhar, em breve, uma loja de material de construção de origem responsável, implantada pela Sawaya Empreendimentos – a mesma empresa que executou a obra torna-se também a primeira Empresa Amiga da Amazônia.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir