Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 05-01-2009

Ataques de Israel à Faixa de Gaza matam 50 palestinos só nesta segunda-feira
Incêndios próximo à Cidade de Gaza após ataques de Israel na noite desta segunda-feira (5).
Ataques de Israel à Faixa de Gaza matam 50 palestinos só nesta segunda-feira
Foto: AFP

Cinquenta palestinos morreram apenas nesta segunda-feira (5) vítimas do ataque de Israel à Faixa de Gaza, segundo Muawiya Hassanein, chefe do serviço de emergência do território controlado pelo Hamas.

Entre as vítimas, estão 12 crianças, mortas em Gaza e no campo de refugiados de Jabalia.

Novo balanço mostra que 555 palestinos morreram e 2.700 ficaram feridos desde o começo dos ataques aéreos, em 27 de dezembro.

Enquanto isso, Israel mantém os bombardeios ao território palestino e intensifica a invasão por terra. E foguetes palestinos seguem atingindo cidades israelenses.

Ao mesmo tempo, a pressão internacional por uma trégua imediata cresce, e até os EUA, apesar de responsabilizarem o Hamas pelo início das agressões, pediram um cessar-fogo "duradouro".

Combates urbanos

Testemunhas e fontes militares de Israel dizem que combates foram entre soldados de israel e militantes palestinos foram travados na noite desta segunda-feira na Cidade de Gaza.

A aviação de Israel atacou mais de 30 objetivos em Gaza na madrugada do domingo para segunda, informou uma porta-voz militar em Tel-Aviv. "A aviação atacou especialmente uma mesquita em Jabalia, onde armas eram escondidas, assim como casas onde também eram armazenadas armas, veículos que transportavam lança-foguetes e homens armados", acrescentou a porta-voz. "As forças terrestres continuaram seu avanço, apoiadas pelos bombardeios de navios da Marinha."

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, afirmou que a cidade de Gaza está parcialmente cercada. A declaração foi feita na comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento israelense.

As declarações do ministro da Defesa confirmam as descrições de testemunhas, segundo as quais os carros blindados israelenses se encontram no sul, norte e leste da cidade de Gaza.

"Atingimos duramente o Hamas, mas ainda não alcançamos todos os objetivos que fixamos, e a operação continua", acrescentou.

Pressão diplomática

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que "compreende" o desejo de Israel defender-se dos ataques do Hamas e declarou que um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza deve incluir condições para impedir que os militantes islâmicos ataque cidades israelenses.

"Em vez de se preocupar com as pessoas de Gaza, o Hamas decidiu usar Gaza para lançar foguetes que matam israelenses inocentes", disse Bush a jornalistas na Casa Branca. "Israel obviamente decidiu se proteger. Qualquer cessar-fogo deve incluir condições segundo as quais o Hamas não use Gaza como lugar de lançamento de foguetes."

Quase ao mesmo tempo, a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, disse em entrevista que os EUA querem um cessar-fogo em Gaza "o mais rápido possível, mas contanto que ele seja duradouro.

Perino voltou a defender o direito do Estado de Israel a se defender, mas pediu que ele seja "muito cauteloso no que diz respeito às baixas civis". "Queremos que isso seja reduzido ao mínimo", disse.

O presidente francês Nicolas Sarkozy reuniu-se com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e pediu que Israel pare imediatamente com a violência em Gaza .

Abbas também negou que seu movimento, o Fatah, esteja "se aproveitando" do ataque ao Hamas, grupo rical. O Fatah foi expulso da Faixa de Gaza em junho de 2007, e agora tem seu poder limitado à Cisjordânia.

Mas Israel voltou a rejeitar propostas da Europa relativas à presença de observadores internacionais na Faixa de Gaza após um eventual cessar-fogo. Em vez disso, o Estado judeu defendeu a existência de equipes responsáveis por ajudar a buscar e fechar túneis que possam levar o Hamas a se rearmar.

A ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, uma das principais candidatas a primeiro-ministro nas eleições de 10 de fevereiro, disse não ver razão para uma força de observação e monitoramento, uma das várias propostas feitas por potências européias na tentativa de conseguir uma trégua para o conflito em Gaza, que já dura dez dias.

"Não vejo como isso possa ajudar", disse Livni a jornalistas durante entrevista coletiva, em meio a visitas de lideranças européias.

Nas ruas das cidades palestinas, os protestos contra os ataques de Israel continuaram nesta segunda. Em Hebron, na Cisjordânia, manifestantes entraram em confronto com a polícia.

Ataques de Israel à Faixa de Gaza matam 50 palestinos só nesta segunda-feira
Balanço mostra 555 mortos e 2.700 feridos em dez dias de ataques.
Tropas de Israel e militantes já combatem nas ruas da Cidade de Gaza.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir